São Paulo, domingo, 27 de outubro de 2002


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Atenção ao planejar a "cara" da empresa inclui adequação à vizinhança e ao perfil dos clientes

Exagero na identidade dá prejuízo

Marco Antonio Rezende/Folha Imagem
Garçons do restaurante Sagrada Mistura exibem uniformes, taças e cardápios personalizados


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Embora pareça sempre vantajoso, há um momento em que é preciso parar de investir na identidade corporativa. Quando a "cara" da empresa já está bem definida, retoques excessivos podem descaracterizar a identidade conquistada ou então deixar o perfil da empresa sofisticado demais, restringindo o escopo de clientes.
"Há o limite do bom senso. É bom não ostentar. Esse tipo de comportamento não agrada ao público brasileiro", diz Alex Sorlino, consultor da Sher Marketing.
Embora o conceito de bom senso seja subjetivo, alguns parâmetros objetivos podem ajudar a delineá-lo. Verifique, por exemplo, a região na qual seu negócio está instalado. Dependendo da vizinhança, uma identidade excessivamente refinada pode ser incompatível com o seu público.
Por outro lado, o empreendedor não precisa ter uma empresa feia ou suja só porque vive em uma região degradada.
Outra dica é consultar os funcionários. Pergunte a opinião deles sobre os projetos de decoração. Se eles se sentirem artificiais usando os uniformes confeccionados é sinal de que algo está errado -ou as roupas são inadequadas ou os empregados continuam presos a velhos conceitos.
Se tudo der certo, melhora a auto-estima dos trabalhadores -e, com isso, a produtividade. "Um ambiente limpo e bem cuidado é um estímulo. Se o corpo funcional não está satisfeito, a imagem vendida soa falsa, e o cliente percebe isso", diz o professor Antônio Jesus Cosenza, da FGV-Eaesp.

Mimos
A empresa Consulting Services, que presta serviços a mercados financeiros, investe alto para evitar "crises de identidade": são R$ 20 mil por mês para manter o nome na cabeça dos clientes.
Para tanto, a companhia recorre a brindes como agendas, canetas, camisas e até mesmo um "kit churrasco", com faca, tábua e amolador -tudo com a marca da consultoria. "A concorrência é muito agressiva, precisamos ter uma personalidade forte, que nos diferencie", diz o diretor comercial Enivaldo Rocha. (RE)


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