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Experiência obtida em bufês maiores ajuda a formatar negócio próprio e aumenta chance de sucesso
Emprego prepara para carreira solo
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Boa parte dos bufês "diferentes" nasce da experiência que seus
donos tiveram como empregados
de casas de renome, como Charlô,
Torres, Ginger e França.
Depois de conhecer por dentro
o funcionamento do negócio e de
descobrir as lacunas e as vantagens desse mercado, os profissionais decidem pedir as contas e
partir para a carreira solo.
Mas saber a hora certa de se tornar independente, dizem empresários ouvidos pela Folha, é o que
separa um negócio lucrativo de
uma experiência de fracasso. De
acordo com eles, a vivência do
dia-a-dia de um bufê ajuda a evitar a maior das gafes: agir por impulso, sem planejamento.
"Muita gente acha que é fácil,
abre um bufê sem nenhuma experiência e acaba fechando. Nos dias
de festa, começo às 7h e só descanso às 4h da manhã seguinte",
diz a nutricionista Adriana Dleizer do Prado, 29, que trabalhou
por quatro anos no Charlô. "Foi
uma faculdade. Aprendi tudo o
que sei lá, desde como conversar
com o cliente até as dicas para fazer compras e preparar a festa."
Ela conta que abriu seu bufê, o
Quitutaria, um mês depois de deixar o emprego. "Por indicação de
amigos, eu tinha três, quatro festas por semana. Depois, deu uma
baixada. Com o tempo e a prática,
a coisa fica mais estável", afirma.
Boca a boca
Outra dica para o negócio não
desandar é prestar atenção na
maneira como os pedidos chegam e o que pesa na hora em que
o cliente faz sua escolha.
"O que vale é a propaganda boca a boca. Ninguém escolhe bufê
por mala-direta", ensina Ricardo
Cunha Moreira, 32, que trabalhou
um ano e meio no bufê Ginger, da
chef Nina Horta, antes de abrir o
Produções Culinárias.
Rosana Pires Azanha, 40, e
Adriana Barretto Figueiredo, 38,
também trabalharam no Ginger.
Depois de sete anos, criaram coragem para montar o Fiesta. "É o
caminho natural. Fomos conquistando espaço aos poucos e, quando saímos, não pegamos nenhum
contato de cliente", diz Azanha.
Daniela Kishimoto, 25, uma das
donas do Zest Cozinha Criativa,
diz que descobriu qual era o perfil
do seu público quando trabalhava
como gerente operacional no Espaço Araguari, em São Paulo.
"Sempre atendia ligações de
pessoas pedindo um cardápio diferente, e elas eram dispensadas
pelo bufê. Nos grandes, variar é
mais difícil por causa do fluxo de
eventos. Senti que faltava uma
empresa que pudesse se adequar
às necessidades desse cliente."
Calculadora em mãos
Na hora de começar a operação,
quase tudo fica nas mãos do empresário, que precisa se desdobrar
para fazer todo o trabalho nos
bastidores e ainda comparecer às
festas, para deixar impecável o
trabalho que todos vêem.
Entre as tarefas mais difíceis de
aprender, segundo os empresários do setor, está a "explosão do
cardápio" -termo usado para
designar a quantificação de ingredientes necessários às receitas de
cada festa. Desse trabalho dependem as compras do bufê e, conseqüentemente, a margem de lucro.
Para quem resolve abrir a empresa mesmo sem ter experiência
no ramo, o caminho pode ser tortuoso, mas isso não significa que
não existam chances de êxito.
"O importante é trazer algo novo e identificar uma oportunidade", diz Flavia Massara, 45, dona
do bufê Confricote. Ela conta que
usa seus conhecimentos para decorar o ambiente e preparar quitutes com ingredientes coloridos.
"Combino cores e cheiros. Trabalho por prazer, mas ganho dinheiro. Não quero crescer muito.
Fica tudo impessoal."
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