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Empresas entram na campanha
Pequenos e médios empreendedores contam por que apoiam candidatos financeiramente
MARCOS DE VASCONCELLOS
DE SÃO PAULO
A declaração parcial de
contas feita pelos candidatos
no início deste mês mostra
que 30% do total arrecadado
nas campanhas vem de doações de pessoas jurídicas.
Isso significa que, em um
mês de campanha, cerca de
R$ 90 milhões (quase um terço da receita dos candidatos)
saíram do caixa de empresas.
Esse número não inclui as
doações que são feitas por
empresas para os partidos,
que, por sua vez, repassam o
dinheiro aos candidatos.
Por mais que aumente o
investimento em formas alternativas de captação -como a doação de pequenas
quantias por meio de sites-,
espera-se que a maior parte
do dinheiro das campanhas
venha de empresas.
Toda companhia tem o direito de doar até 2% de seu
rendimento anual para campanhas políticas (saiba mais
no quadro ao lado).
As maiores quantias são
doadas por bancos, empreiteiras e grandes empresas,
porém micro, pequenas e
médias companhias também
têm contribuído de forma
significativa nas eleições.
Mas falar sobre as doações
feitas para candidatos parece
ser ainda um tabu para grande parte dos empresários.
A Folha procurou diversas
empresas listadas como doadoras em campanhas. Muitas, quando contatadas, preferiram não se manifestar.
Roberto Muller, 56, é presidente da Fasul, empresa de
pavimentação e consultoria
que doou R$ 100 mil para
Junji Abe, candidato a deputado federal pelo DEM de São
Paulo. Para ele, o que orienta
a doação é o apoio a candidatos que conheçam a região da
empresa e suas demandas.
"Temos de demonstrar
sempre o apoio aos candidatos regionais e dar os recursos para eles lograrem êxito", explica o empresário.
O candidato de Muller já
foi prefeito de Mogi das Cruzes (Grande São Paulo), onde
está instalada a Fasul. Para
ele, ter alguém da cidade na
Câmara dos Deputados levará crescimento ao município.
RETORNO SOCIAL
Já Raimundo Magliano Filho, 68, presidente da corretora de ações Magliano, doou
R$ 50 mil para Ricardo
Young (candidato a senador
pelo PV paulista). Ele acredita que o empresário deve investir na política como "retorno para a sociedade".
Ele escolhe o candidato
pelo partido. "O PV é ligado a
um tema que, para nós, é
muito sensível: a questão da
sustentabilidade. Recíproca
para a sociedade não existe
no Brasil. Parece que nós
[empresários] queremos exclusivamente receber. Precisamos mudar essa ideia."
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