São Paulo, domingo, 31 de outubro de 2004


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Falta de foco faz empresárias recuarem

DA REPORTAGEM LOCAL

Sócia-proprietária da Steps Baby Lounge -empresa criada com o propósito de estreitar vínculos entre pais e filhos a partir de atividades lúdicas de caráter educativo-, Gláucia Maciel e sua sócia Cristina Azevedo caíram, logo no início de sua operação, na tentação de usar o espaço disponível para realizar festas infantis.
Não passaram do terceiro evento e voltaram atrás na decisão. Dificuldades de gerenciar a nova atividade, medo de que a empresa ficasse conhecida por algo que não era prioridade e falta de estrutura para realizar os eventos foram alguns do obstáculos que surgiram.
A idéia partiu de clientes da empresa, pais de crianças de até quatro anos. "Era tentador: com uma festa chegávamos ao faturamento que dez alunos trariam em um mês. Mas a atividade não tinha nada a ver com a nossa. Precisávamos contratar manobrista, reforçar o pessoal, eram mil demandas", lembra Maciel.

Voltar atrás
Planejadas para atuar com educação e não com eventos, as empresárias disseram "não" à quarta proposta, decididas a voltarem ao foco original. "Foram três meses em que o faturamento duplicou, mas era aquele "barato que sai caro". As crianças entravam nas salas de atividades [durante as festas] com comida, com refrigerante. Talvez danificassem os equipamentos. Não valia a pena", avalia.
Outro ponto tentador no início, porém que se revelou ineficiente, era a idéia de aproveitar as festas para divulgar a empresa entre o público-alvo. "Não acontecia. No meio da festa ninguém parava para ver onde estava, pensavam longo que era um bufê. Além de não funcionar como divulgação, estava deixando confuso o que fazíamos no mercado porque ninguém conhecia a marca ainda", relata a empreendedora.
Maciel confessa que voltar atrás não foi uma decisão "exatamente fácil". "Há o apelo da rentabilidade, percebemos que fazer festa dá dinheiro. A conclusão é que bufê infantil é um nicho rentável, porém o fato é que não somos um bufê infantil", observa. "Foi um aprendizado, uma experiência. E, definitivamente, nos ensinou a manter o foco. Se o negócio principal não traz fluxo de caixa, o empreendedor está no ramo errado, essa é a verdade." (TD)


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