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Falta de foco faz empresárias recuarem
DA REPORTAGEM LOCAL
Sócia-proprietária da Steps
Baby Lounge -empresa criada
com o propósito de estreitar vínculos entre pais e filhos a partir de
atividades lúdicas de caráter educativo-, Gláucia Maciel e sua sócia Cristina Azevedo caíram, logo
no início de sua operação, na tentação de usar o espaço disponível
para realizar festas infantis.
Não passaram do terceiro evento e voltaram atrás na decisão. Dificuldades de gerenciar a nova atividade, medo de que a empresa ficasse conhecida por algo que não
era prioridade e falta de estrutura
para realizar os eventos foram alguns do obstáculos que surgiram.
A idéia partiu de clientes da empresa, pais de crianças de até quatro anos. "Era tentador: com uma
festa chegávamos ao faturamento
que dez alunos trariam em um
mês. Mas a atividade não tinha
nada a ver com a nossa. Precisávamos contratar manobrista, reforçar o pessoal, eram mil demandas", lembra Maciel.
Voltar atrás
Planejadas para atuar com educação e não com eventos, as empresárias disseram "não" à quarta
proposta, decididas a voltarem ao
foco original. "Foram três meses
em que o faturamento duplicou,
mas era aquele "barato que sai caro". As crianças entravam nas salas de atividades [durante as festas] com comida, com refrigerante. Talvez danificassem os equipamentos. Não valia a pena", avalia.
Outro ponto tentador no início,
porém que se revelou ineficiente,
era a idéia de aproveitar as festas
para divulgar a empresa entre o
público-alvo. "Não acontecia. No
meio da festa ninguém parava para ver onde estava, pensavam longo que era um bufê. Além de não
funcionar como divulgação, estava deixando confuso o que fazíamos no mercado porque ninguém conhecia a marca ainda",
relata a empreendedora.
Maciel confessa que voltar atrás
não foi uma decisão "exatamente
fácil". "Há o apelo da rentabilidade, percebemos que fazer festa dá
dinheiro. A conclusão é que bufê
infantil é um nicho rentável, porém o fato é que não somos um
bufê infantil", observa. "Foi um
aprendizado, uma experiência. E,
definitivamente, nos ensinou a
manter o foco. Se o negócio principal não traz fluxo de caixa, o
empreendedor está no ramo errado, essa é a verdade."
(TD)
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