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Lugares na Broadway podem custar caro

Show de Hugh Jackman para dois sai por US$ 600

Por PATRICK HEALY

Os produtores do show de canto, dança e rebolado de Hugh Jackman na Broadway estavam tão confiantes que, antes mesmo da primeira apresentação, em setembro, elevaram de US$ 155 para US$ 175 os preços de dezenas de assentos na plateia do teatro. Agora a aposta está rendendo frutos, tanto que os produtores estão aumentando os preços cobrados pelos melhores lugares, dependendo da demanda em espetáculos específicos.

"Nunca na vida eu tinha pagado perto de US$ 600 por dois ingressos", comentou John Joyce, de Rockville Center, Nova York, na bilheteria do teatro Broadhurst, no final do mês passado. "Mas minha mulher quer ver Hugh Jackman. É fim de ano e vai ser uma surpresa. Acho que vale a pena."

Graças a pessoas como Joyce, "Hugh Jackman: Back on Broadway" já valeu para o teatro seu terceiro recorde de bilheteria: US$ 1.468.189 por oito apresentações em novembro, uma bonança, para os padrões teatrais, por algo que é basicamente um espetáculo solo. Com isso, o show de Hugh Jackman superou a arrecadação semanal do musical de maior sucesso do ano, "The Book of Mormon". E esses dois shows ainda não alcançaram "Wicked" e "The Lion King", em cartaz há muito tempo.

Os quatro espetáculos estão arrecadando valores altos graças ao apreçamento dinâmico, uma estratégia de oferta e procura que é uma das razões principais pelas quais a Broadway vem se saindo muito bem em meio à recessão. A estratégia, que ainda é uma relativa novidade na Broadway, envolve o aumento ou redução dos valores cobrados por determinados assentos, com base em tendências de vendas semanais ou diárias.

"Avançamos muito em relação a onde estávamos dez anos atrás", disse o produtor teatral Alan Wasser. "Vários shows estão elevando sua arrecadação porque descobriram uma maneira de cobrar valores mais altos pelos ingressos."

Foi a demanda de ingressos pelo musical "The Producers", de 2001, que persuadiu executivos da Broadway de que poderiam cobrar o valor então espantoso de US$ 480 pelos melhores assentos.

O revival de "Fences" apresentado na Broadway em 2010 tinha como protagonista um ator que é uma atração tão grande, Denzel Washington, que eles começaram a testar o mercado. O preço dos ingressos disparou, e o espetáculo recuperou seus custos, US$ 2,8 milhões, em oito semanas.

O show de Hugh Jackman é ideal para os preços dinâmicos. Os lugares nas primeiras fileiras vêm sendo vendidos por US$ 1.000 ou mais por agentes que compram os ingressos antecipadamente e depois os revendem para quem oferece mais. Os produtores do espetáculo disseram que recorreram ao apreçamento dinâmico para que seus investidores, e não os revendedores de ingressos, lucrem com os ingressos mais caros.

Entre os 700 lugares da plateia, a maioria é vendida por US$ 141,50. Mas os melhores lugares saem por US$ 350.

Segundo Robert E. Wankel, presidente da produtora do espetáculo de Jackson, "pelo menos assim as pessoas que fizeram o trabalho e correram os riscos recebem parte dos benefícios de volta."

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