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Descobertas

Raiva fermenta com o sono

A maioria das pessoas já escutou a velha recomendação de não ir para a cama sentindo raiva, pois isso faria a irritação aumentar mais.

Um estudo recente na revista "The Journal of Neuroscience" mostrou que isso pode ser verdade: dormir depois de sentir emoções negativas pode reforçá-las ou "preservá-las".

No estudo, os cientistas recrutaram 106 homens e mulheres e os expuseram a imagens que motivavam diversas emoções. Em alguns casos, essas emoções eram negativas -por exemplo, a imagem de um acidente perturbador, ou uma cena traumática. Em outros casos, as imagens produziam emoções positivas.

Os pesquisadores então examinaram o que acontecia quando, 12 horas depois, os envolvidos eram expostos a novas imagens e às mesmas de antes -ou pela manhã, após uma noite de sono, ou ao fim de um dia inteiro de vigília.

Eles também mediram a atividade cerebral durante a fase do sono chamada REM, quando os sonhos acontecem.

Os cientistas descobriram que ficar acordado atenuava a reação emocional ao ver novamente as imagens perturbadoras. Mas, quando os participantes viam as imagens depois de uma noite de sono, sua resposta era tão forte quanto na primeira vez -sugerindo que o sono "protegia" a reação emocional.

ANAHAD O'CONNOR

Listras afastam insetos

As listras da zebra servem de camuflagem contra predadores como leões e guepardos. Mas são úteis também contra um perigo bem menor aos olhos, segundo pesquisadores.

As mutucas, insetos hematófagos, são mais atraídas pela pele toda branca ou toda preta dos cavalos do que pelas listras pretas e brancas das zebras.

"É uma redução muito poderosa na atratividade", disse Susanne Akesson, especialista em ecologia evolutiva da Universidade de Lund (Suécia), que participou da pesquisa publicada na revista "The Journal of Experimental Biology".

Para esse trabalho, a equipe viajou para um haras infestado de mutucas na Hungria, onde testou a atração dos insetos por painéis com diferentes padronagens em preto e branco. Os painéis com listras mais estreitas atraíam menos mutucas. A nova pesquisa sugere que essa pode ser a razão que levou a zebra a desenvolver o seu padrão familiar.

Quando os pesquisadores mensuravam a luz refletida em peles de zebras, concluíram que ela batia com os padrões de luz menos atraentes para as mutucas.

Como os insetos hematófagos propagam doenças, disse Akesson, ter uma pelagem atraente pode representar um "grave custo à saúde" no decorrer da evolução. Ela disse que sua equipe gostaria de estudar como as moscas podem combinar os seus sentidos para encontrar fontes de sangue.

SINDYA N. BHANOO

Frutose eleva gordura

Os efeitos para a saúde do consumo de frutose, principalmente do xarope de milho com alto teor dessa substância, são alvo de uma considerável polêmica entre cientistas e consumidores.

Agora, um estudo na publicação "The Journal of Nutrition" diz que o consumo de frutose pode elevar os fatores de risco cardiovasculares, por aumentar a gordura visceral -o tipo que se acumula em torno dos órgãos internos.

Os pesquisadores avaliaram o índice de massa corporal, a massa gorda, os hábitos de exercício e a alimentação de 559 estudantes de 14 a 18 anos na Geórgia.

Após descontarem outros fatores, eles descobriram que um maior consumo de frutose estava associado: ao aumento da pressão arterial sistólica, à proteína C-reativa (um sinal de inflamação sistêmica), à gordura visceral e à redução do colesterol HDL (o "bom") -conhecidos fatores de risco para doenças cardiovasculares e para a diabetes tipo 2.

Mas, ao descontar a gordura visceral, o efeito da frutose individualmente era atenuado. Aparentemente, não era a frutose em si, mas sua influência na gordura visceral que elevava os fatores de risco.

"Dizer simplesmente que 'frutose é ruim' é incorreto", disse Norman Pollock, coordenador do estudo e professor-assistente de pediatria da Universidade de Ciências da Saúde da Geórgia.

"Mas, quando a ingestão de frutose é maior do que 16% da ingestão total de calorias, vemos esses fatores de risco."

NICHOLAS BAKALAR

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