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Boy bands estão mais ousadas

Por JAMES C. McKINLEY Jr.

Quando o One Direction tornou-se o primeiro grupo britânico a liderar a parada Billboard 200 com seu álbum de estreia -uma proeza que nem mesmo os Beatles ou o Coldplay conseguiram-, muitos perceberam uma tendência da qual as garotas teens ligadas em tecnologia já sabiam há meses: as boy bands voltaram com tudo.

Não apenas o One Direction vendeu 176 mil cópias de seu álbum, "Up All Night", na primeira semana depois de seu lançamento, como o grupo -cujos integrantes têm entre 17 e 20 anos- atrai multidões de garotas histéricas em todo lugar onde se apresenta.

Ao mesmo tempo, The Wanted, uma boy band britânica com dinâmica um pouco mais velha e mais sexy, está com seu single "Glad You Came" entre os Top 10 nas paradas americanas há semanas. E o Mindless Behaviour, um grupo de rapazes teens de Los Angeles cujas canções se aproximam do R&B e hip-hop, já vendeu 237 mil exemplares de seu primeiro álbum, "#1 Girl", lançado em setembro e que já estreou na sétima posição na parada de álbuns.

"As boy bands estão de volta, e com tudo", avaliou Sharon Dastur, diretora de programação da rádio Z100, em Nova York "A música é muito cíclica. Tivemos o tempo do New Kids on the Block e o tempo do 'NSync e Backstreet Boys. E agora esse tempo está de volta."

No entanto, a definição de boy band parece ter mudado um pouco. Nem o One Direction nem o Wanted usam passos de dança coreografados, como os daquelas bandas de uma década atrás. E o Wanted permeia suas canções de referências a festas e sexo, imprimindo um novo viés a uma fórmula geralmente inocente.

O One Direction foi formado por Simon Cowell quando os garotos se candidataram individualmente para a versão britânica do programa "The X Factor", em 2010.

O presidente da Columbia Records, Steve Barnett, e sua equipe decidiram inverter a sequência usual de lançar o single nas rádios e depois levar a banda aos EUA. Em vez disso, a gravadora montou uma campanha de marketing nas mídias sociais. A estratégia funcionou. Os seguidores da banda no Facebook nos EUA aumentaram de 40 mil para 400 mil, segundo executivos da gravadora. "What Makes You Beautiful" vendeu mais de 131 mil cópias em sua primeira semana nas lojas.

"Agora, as pessoas estão ligando para as rádios e as rádios estão perplexas, respondendo 'ainda nem temos esse disco'", disse Johnny Wright, que foi empresário do New Kids on the Block, Backstreet Boys e 'NSync. "É quase como um retorno dos Beatles. Chamo a isso hype, mas é um hype positivo, porque é tudo real. Não é fabricado. Ninguém pagou eles."

O The Wanted foi montado a partir de um teste em massa em 2009. Já lançou dois álbuns na Inglaterra e tem uma sequência de cinco singles incluídos entre os Top 10 nesse país.

Tendo contrato com a Mercury Records nos EUA, o The Wanted cresce mais lentamente. Mas quando o seriado de TV "Glee" fez um cover da canção "Glad You Came", da banda, ela entrou imediatamente para os Top 10.

"The Wanted é a antítese de uma boy band", opinou Scooter Braun, empresário do grupo, cujos integrantes têm entre 18 e 23 anos. "Eles bebem, vão a festas e não têm vergonha de falar sobre isso." O Reino Unido tende a produzir novas boy bands a cada dois ou três anos, mas nenhuma faz sucesso nos EUA há muito tempo.

É possível que isso mude. "Agora que as gravadoras estão sentindo que as boy bands voltaram a ser populares e que essa é uma maneira de ganhar dinheiro, elas não vão ficar paradas, sem participar", explicou Wright.

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