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Procura-se robô para trabalhos sujos

Por JOHN MARKOFF

Em caso de novo desastre em uma usina nuclear, os socorristas podem não ser humanos, mas sim robôs.

O Pentágono anunciou no início de abril uma competição para projetar robôs especializados no trabalho em zonas de desastre. O prêmio: US$ 2 milhões.

Fabricantes de robôs, amadores e profissionais, estão fervilhando de ideias. "Analogias com animais como aranhas, macacos, ursos, cangurus e cabras são inspirações úteis ao considerar as partes do desafio", disse Aaron Edsinger, fundador da Meka Robotics, em San Francisco.

A Agência de Pesquisa e Planejamento Avançados da Defesa lista oito tarefas que o robô deverá cumprir -entre elas, dirigir um veículo até um local de desastre simulado, remover escombros, subir uma escada, usar uma ferramenta para arrebentar uma parede de concreto e substituir peças quebradas, como uma bomba de refrigeração.

Edsinger disse que o desafio seria integrá-los numa só missão. "Eu sinto que já temos sistemas capazes de realizar cada tarefa individual", afirmou.

A ideia para o concurso veio do desastre nuclear de 2011 em Fukushima, no Japão, disse Gill Pratt, gerente de programa na agência. "Durante as primeiras 24 horas", acrescentou, "havia coisas que deveriam ter sido feitas, mas não foram porque era muito perigoso para as pessoas."

Equipes corporativas e universitárias vão apresentar seus robôs em concorrências previstas para 2013 e 2015.

A disputa ilustra o progresso no campo dos sistemas autônomos com aplicações militares, industriais e domésticas. Os pesquisadores da robótica dizem que tais avanços decorrem em grande parte da queda no custo dos sensores e de avanços tecnológicos que permitem que os robôs se desloquem em ambientes não planejados.

Já há vários robôs humanoides ambiciosos, a Asimo, da Honda, funciona por uma hora com bateria e corre a até 9,6 km/h.

Os funcionários da agência dizem que esperam participação internacional. Uma proposta semelhante foi feita em novembro por Hirochika Inoue, pai do desenvolvimento de robôs humanoides no Japão.

Apesar do significativo investimento do Japão em robótica, ele observou que o país não teve robôs capazes de substituir completamente os humanos no desastre de Fukushima. "Não havíamos nos preparado", disse ele por e-mail.

A General Motors e a Boston Dynamics, um pequeno laboratório de pesquisas financiado pelos militares, desenvolveu robôs humanoides. O Robonaut2, da GM, está na Estação Espacial Internacional. A Boston Dynamics, que tem um robô de transporte e um robô corredor quadrúpede, fez um humanoide chamado Atlas.

A agência irá distribuir uma plataforma de teste de hardware com cabeça, tronco, braços e pernas para auxiliar as equipes concorrentes e oferecerá um software de simulação para permitir a mais ampla participação possível.

"Estamos esticando a abertura ao máximo que podemos", disse Pratt.

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