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Desde 2008, ações estão em baixa

Por NATHANIEL POPPER

Apesar de as ações americanas terem dobrado de preço nos últimos três anos, investidores e corretoras continuam evitando o mercado. Os negócios na Bolsa dos Estados Unidos não apenas deixaram de se recuperar desde a crise financeira de 2008, como continuam em queda.

Em abril, as transações diárias médias em ações americanas em todas as Bolsas ficaram em cerca da metade de seu pico em 2008: US$ 6,5 bilhões, comparadas com US$ 12,1 bilhões, segundo a Credit Suisse Trading Strategy.

O declínio é um contraste em relação a antigas recuperações econômicas, quando os americanos readquiriram o gosto pelos negócios com ações em dois anos de crises, em 1987 e em 2001.

Desta vez, a Bolsa tem muito mais atores, incluindo corretoras de alta velocidade, que recentemente passaram a responder por mais da metade de toda a atividade no mercado de ações. Mas até elas recentemente vêm se saindo pior nos negócios em geral.

"Quando você tem em mente a história recente, isto é meio imprevisto", disse Justin Schack, analista da Rosenblatt Securities.

Muitos especialistas no mercado dizem que o principal motivo da redução de volume é que as corretoras e os investidores continuam temerosos de que a economia se volte contra eles no rastro da crise financeira, das oscilações selvagens nos preços das ações e dos problemas da dívida europeia.

Peritos financeiros lutam para entender o que o declínio pode significar, especialmente se ele continuar. Uma negociação menos rápida por especuladores de curto prazo poderia ser boa para investidores de longo prazo cansados de ser queimados pelo mercado. Mas o declínio também pode sinalizar um afastamento mais amplo do mercado de ações doméstico por investidores que querem ter uma parcela menor de suas economias para a aposentadoria em ações e por empresas que preferem levantar capital em mercados de títulos, em vez de emitir ações.

A Bolsa de Nova York declarou neste mês que os negócios no primeiro trimestre caíram 23% em relação ao ano anterior. A Nasdaq anunciou que suas receitas no primeiro trimestre em negócios com ações nos EUA caíram 7% em relação ao ano anterior. As duas empresas de títulos imobiliários adotaram cortes de custos.

"Não podemos ter certeza sobre quando ou se o volume vai se recuperar", disse Lee Shavel, diretor do Nasdaq OMX Group.

A recente desaceleração ocorreu não apenas nas 13 Bolsas e plataformas de negociações oficiais dos EUA. Dezenas de operações fora das Bolsas captaram uma porcentagem maior de todas essas negociações nos últimos anos, mas até seus números gerais tendem para baixo.

As pessoas que permaneceram no mercado estão dispostas a pagar preços mais altos, fazendo o valor do índice de referência de 500 ações da Standard & Poor's aumentar 102% desde que o mercado atingiu o fundo, em 2009.

Dados da Bolsa de Nova York mostra que os volumes não caíram durante três anos consecutivos em registros que remontam a 1960. Em busca de explicação, muitos analisam as corretoras de alta velocidade, que usam algoritmos de computador para aproveitar as discrepâncias de preços.

Entre os investidores no varejo, a fonte mais confiável de volume de negócios foram as corretoras diárias que usam corretores com desconto como a TD Ameritrade.

Steve Quirk, vice-presidente da TD Ameritrade, disse que esses investidores ainda estão assustados com a crise financeira. Os preços das ações aumentaram constantemente mas sofrem oscilações súbitas em curto prazo.

Os negócios com ações hoje representam 16% menos negócios com clientes que em 2009. Os clientes da companhia nos últimos meses voltaram aos poucos para as ações, disse Quirk, "mas depois, surpreendentemente, eles desistem".

Entre a população em geral, o investimento mais comum em ações foi através de fundos mútuos. Mas o dinheiro tem fluído para fora dos fundos mútuos de ações domésticas, que foram esgotados em mais de US$ 400 bilhões desde o início de 2008, comparado com um influxo de US$ 52 bilhões nos quatro anos anteriores, segundo o Investment Company Institute.

A mudança é especialmente atribuída aos idosos, que passam de ações para títulos, típicos na aposentadoria. Mas investidores jovens e velhos se tornaram menos encantados pelas ações domésticas, mesmo com as taxas de juros dos títulos em baixas históricas.

Grande parte desse dinheiro fluiu para os títulos. Alguns assessores financeiros se preocupam que os americanos que se preparam para a aposentadoria estejam abandonando os ganhos de investimentos que são possíveis com ações e ignorando os possíveis riscos dos títulos.

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