Índice geral New York Times
New York Times
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Candidatos buscam apoio do setor "tech"

Por SOMINI SENGUPTA

SAN FRANCISCO - Quando o presidente Obama fez sua última visita ao Vale do Silício, no início de outubro, viu-se diante de um setor de tecnologia mais engajado que nunca e muito mais disposto a fazer contribuições políticas -tanto para ele, quanto para seu rival, Mitt Romney.

Os dois candidatos e seus partidos já levantaram mais dinheiro de executivos e investidores em tecnologia do que fizeram os candidatos e partidos em 2008. E, à medida que as apostas para o setor tecnológico vêm crescendo, os dois candidatos reconheceram algumas das prioridades do setor em termos de políticas públicas, como uma revisão das leis de imigração e a redução dos impostos sobre empresas.

Mas, embora Obama seja amplamente visto como amigo do setor "tech" (de "technology") e, com seu partido, tenha recebido muito mais contribuições dele, o clima de interesse em sua campanha, se comparado a quatro anos atrás, diminuiu. "Esse homem foi eleito em 2008 porque entendeu o poder da internet", diz Mark Heesen, presidente da Associação Nacional de Capitais de Investimento. "Contudo, por mais que o governo ame a agenda de inovação do setor 'tech', ele se distancia quando falamos que é preciso financiar a inovação."

Os republicanos têm se mostrando surpreendentemente hábeis em levantar fundos desse setor. De acordo com o Centro de Política Responsiva, que monitora o financiamento de campanhas políticas, Romney já levantou US$ 8,9 milhões, contra os US$ 13 milhões levantados por Obama.

Romney também angariou antigos doadores de Obama. Um deles é Marc Andreessen, conhecido capitalista de investimentos e investidor do Facebook, que em 2008 apoiou Obama com uma contribuição de US$ 4.600. Este ano, ele doou mais de US$ 100 mil a Mitt Romney.

Mesmo assim, o Comitê Nacional Democrata e a campanha de Obama estão na dianteira quando se trata de doadores "tech". Obama levantou US$ 5 milhões junto a doadores individuais do setor, contra US$ 2 milhões de Romney.

Há republicanos do mundo "tech" que acham Romney intragável. Isso porque, para eles, ou o candidato é socialmente conservador ou está muito alinhado com setores que se distanciam das demandas do setor "tech".

"Obama vai promover a agenda do Vale do Silício em relação a imigração, tecnologia e comércio equitativo com a China", fala Vinod Khosla, investidor que aposta em energia renovável e afirma ser filiado ao Partido Republicano. "Romney promove a agenda do setor de petróleo e gás."

A campanha de Obama reuniu empreendedores e executivos sob uma organização "guarda-chuva" chamada Tech4Obama, para que eles tenham encontros com o presidente e doem. para sua campanha. Alguns executivos, incluindo Marc Benioff, da Salesforce, e Sheryl Sandberg, do Facebook, já promoveram jantares de arrecadação de fundos em suas casas.

Alguns dos problemas do setor vêm sendo mencionados na retórica das campanhas. Os dois candidatos já disseram estar preocupados com a cibersegurança, uma área lucrativa para empresas do Vale do Silício.

A principal prioridade do setor "tech", no que diz respeito ao próximo presidente, é a imigração. Tanto progressistas quanto conservadores do Vale do Silício dizem que seu setor, diferentemente da maior parte do país, sofre de uma escassez de engenheiros e programadores. Em contrapartida, os dois candidatos já se manifestaram a favor de aumentar os vistos concedidos a pessoas formadas em matemática e ciências.

No verão deste ano, o empreendedor e investidor Bijan Sabet pagou US$ 35.800 para sentar em uma mesa com Obama. Ele conta que saiu da reunião com a impressão de que o presidente é sincero.

"Ele acredita em start-ups, acredita na comunidade 'tech'", diz Sabet. "Ao mesmo tempo, estava falando muito a sério quando me disse 'vocês vão ter que fazer sua própria parte'."

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.