São Paulo, segunda-feira, 02 de maio de 2011

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Para optar pelos carros elétricos, baterias melhores

Por JIM WITKIN

Para reduzir nosso vasto apetite por petróleo, o governo e a indústria de automóveis americanos estão trabalhando juntos para incentivar os compradores de carros a preferir os elétricos.
Enquanto os observadores do setor discutem com que rapidez os consumidores farão a transição para os veículos elétricos, geralmente concordam que isso vai exigir aperfeiçoamento na bateria que alimenta os motores.
Em curto prazo, a redução do custo das baterias virá de melhores técnicas de fabricação. Melhorar a durabilidade e o alcance será o trabalho de pesquisadores e cientistas, principalmente.
Uma opção é a bateria de íons de lítio. Ela oferece densidade energética maior que sistemas de bateria anteriores, segundo Venkat Srinivasan, diretor do Programa de Tecnologias para Baterias de Transporte Automotivo, projeto apoiado pelo Departamento de Energia e administrado pelo Laboratório Nacional Lawrence Berkeley,da Universidade da Califórnia em Berkeley.
Comparada com a bateria de níquel-hidretometálico usada no Toyota Prius, por exemplo, uma bateria de íons de lítio do mesmo peso e volume aumentaria a densidade energética duas ou três vezes, disse o doutor Srinivasan.
Veículos que usam eletricidade como fonte principal de energia, como o Nissan Leaf ou o Chevy Volt, usam alguma espécie de química de íons de lítio em suas baterias. E essas baterias vão predominar pelo menos na próxima década ou duas, com muito espaço para inovação, disse Jeffrey P. Chamberlain, diretor do grupo de Armazenamento de Energia Eletroquímica do Laboratório Nacional Argonne, perto de Chicago.
O lítio é misturado com outros materiais no catodo da bateria. Os materiais usados definem a voltagem da célula e a quantidade de lítio que o catodo pode conter; elevando-os, aumenta se a densidade da energia, disse Srinivasan.
Os pesquisadores do Argonne estão trabalhando com novas misturas de níquel, manganês e cobalto para o catodo. Misturálos em quantidades variáveis e reuni-los em estruturas diferentes duplica a capacidade energética do catodo. O Argonne começou a licenciar patentes desse material para diversos fabricantes de baterias. O resultado, segundo Chamberlain, seriam baterias "que espremem mais energia em pacote menor, são mais baratas de fabricar e duram mais".
Sendo a bateria o componente mais caro do carro, os fabricantes tendem a ser discretos sobre os preços atuais, considerando que é uma informação competitiva. Mesmoassim, MikeOmotoso, que faz previsão de energia automotiva para a J. D.Power & Associates, estimou o custo atual em cerca de US$ 750 a US$ 800 por quilowatt-hora (kWh). Para que os veículos elétricos alcancem a paridade com os carros que usam a gasolina, considerando a perspectiva de custo, a maioria dos analistas estima que o custo da bateria deve se aproximar de US$ 200 por kWh.
A Johnson Controls, empresa que fabrica baterias de íons de lítio para BMW, Daimler e Ford, espera a paridade de preços quando os custos da bateria alcançarem US$ 200 por kWh, combinados com preços da gasolina constantemente em US$ 4 ou mais por galão (3,78 litros).
Mary Ann Wright, vice-presidente de tecnologia e inovação globais no grupo de Soluções Energéticas da empresa, disse que quando se chega a esses níveis "você tem um bom caso de negócio, e, com o aumento dos preços da energia, essa conversa se torna muito mais relevante".


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