São Paulo, segunda-feira, 02 de maio de 2011

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Armazenamento para gases de carbono usado

Por MATTHEW L. WALD

Para que o carbono seja mantido fora da atmosfera, uma grande parte dele, provavelmente, terá de ser injetada de volta no solo do qual foi minerado como carvão ou extraído como petróleo ou gás.
Nem mesmo o mais ardente otimista da energia alternativa sugeriria que os combustíveis fósseis vão desaparecer tão cedo. Por isso, a captura e o sequestro de carbono são essenciais para uma política energética nacional. O primeiro projeto de sequestro em grande escala na América do Norte, nas margens do rio Ohio em New Haven, vai completar sua missão em breve, com volume inesperado de boas notícias.
Em um tipo de rocha, o dióxido de carbono parece escorrer pelos pequenos espaços abertos com maior facilidade do que projetado, o que significa que o trabalho poderá ser mais fácil do que se pensava. E mais de 800 km a oeste, perto de Meredosia, em Illinois, um projeto maior para tentar injetar carbono em um tipo de rocha mais comum está avançando.
"Estamos realmente muito animados", disse Gary O. Spitznogle, diretor de engenharia de captura e sequestro de carbono da American Electric Power, companhia que produz eletricidade em 11 estados americanos, principalmente com a queima de carvão. No final de 2009, ela começou a capturar dióxido de carbono de uma parte dos gases de chaminés de sua usina de carvão Mountaineer, em New Haven.
Com quase todos os tipos de rochas em que o dióxido de carbono pode ser empurrado, o objetivo é deixar o dióxido de carbono deslocar a água de lá -geralmente água não potável. O projeto perto de Meredosia vai injetar dióxido de carbono em arenito, formação porosa encontrada sob grande parte do Centro-Oeste e outras áreas da América do Norte.
Mas outra camada sob Mountaineer é de um tipo de rocha diferente, dolomita, que tem poros mais parecidos com os buracos de um queijo suíço. Na dolomita, o dióxido de carbono revelou propriedades interessantes, segundo Spitznogle. Ele é mais escorregadio que a água salina que desloca, e, em consequência, quanto maior a quantidade de dióxido de carbono bombeada para dentro e maior o limite entre o dióxido de carbono e a salina, o fluxo se torna mais fácil, ele disse.
O CO2 está fluindo para dentro a uma pressão de 1.500 a 1.800 libras por polegada quadrada. Como cada libra adicional de pressão representa mais energia elétrica para fazer o trabalho, uma pressão menor significa que o sequestro será menos caro (o grosso do consumo de energia, porém, está na fase de separação).
Ainda assim, o teste de Mountaineer é apenas um piloto. A usina de separação está trabalhando com uma fatia de menos de 1/60 dos gases da usina, 20 megawatts de uma produção de 1.300 MW. A fase seguinte é uma unidade de 235 MW, ele disse; se o regulamento do carbono exigir, a empresa construirá módulos desse tamanho perto de suas usinas. A injeção poderá ocorrer em vários poços, cada um com uma profundidade diferente.
Muitas organizações ambientalistas nacionais e internacionais preferem o sequestro do carbono, embora não concordem sobre os detalhes. Houve oposição local em alguns lugares, que poderia ser descrita como "não no meu quintal".
Mas várias partes da estrutura legal para o sequestro de carbono estão se encaixando.
Em novembro de 2010, Lisa P. Jackson, administradora da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, deu a aprovação final para uma regra que estava em preparação há três anos, criando uma nova classe de poços para injeção de CO2. A regra cobre como as operadoras devem estudar a geologia subjacente, construir o poço, administrá-lo, testar o fluxo subterrâneo, reagir em uma emergência e tapar o poço quando estiver terminado.


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