São Paulo, segunda-feira, 04 de janeiro de 2010

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Computador auxilia adaptação a prótese

Por ANNE EISENBERG
O melhor encaixe para uma prótese de perna depende, em parte, de pequenos ajustes no alinhamento que ajudam os amputados a andarem mais confortavelmente.
Tradicionalmente, isso é feito por um técnico que conversa com o paciente, observa seu caminhar e faz mudanças na prótese ao longo de várias consultas, buscando o ponto de alinhamento ideal, diz Andrew Steele, que prepara próteses para amputados em Waterloo, Iowa (EUA).
"Uso um pouco de olho e um pouco das tripas [a intuição]", disse ele, para quem acertar o alinhamento é "um processo altamente subjetivo". Steele agora tem uma nova ferramenta.
Ele está testando um dispositivo informatizado que fornece informações quantitativas para apoiar a sua avaliação subjetiva. O dispositivo se acopla à prótese e transmite, sem fios, informações sobre a rotação do membro conforme o paciente anda, junto com outros dados que são analisados no computador.
Steele experimenta o sistema, chamado Compas (Sistema Computadorizado de Alinhamento de Prótese, na sigla em inglês), não só nos seus pacientes, mas nele próprio -ele perdeu a perna esquerda abaixo do joelho num acidente agrícola quando tinha 12 anos de idade.
Um programa de computador que é parte do sistema interpreta os dados colhidos conforme o paciente anda e sugere ajustes. Steele, então, usa uma chave inglesa para mudar o ângulo da prótese. "É bom ter as leituras de fundo do computador", disse ele. "Isso me dá mais uma ferramenta para delimitar o que está causando o problema."
A nova tecnologia pode ser especialmente útil diante do grande número de militares veteranos que regressam aos EUA precisando de próteses.
Alberto Esquenazi, diretor do laboratório de análise do movimento e da caminhada do MossRehab, em Elkins Park (Pensilvânia), diz que o Compas é parte de uma nova geração de instrumentos que oferecem uma avaliação objetiva do alinhamento. "É uma abordagem inovadora, um verdadeiro rompimento com o que se fez no passado."
Esquenazi e seus colegas também estão desenvolvendo um sistema portátil de alinhamento, para que protéticos usem em seus consultórios.
Doug McCormack, executivo-chefe da empresa de próteses Orthocare, nota que o Compas tem duas partes: uma placa metálica de US$ 1.500, instalada perto do encaixe da prótese, e um módulo de diagnóstico, de US$ 6.500, que o protético acopla à placa durante consultas.
Conforme o paciente anda, o módulo colhe e transmite os dados do alinhamento para o computador. A placa tem medidores de pressão de silício, avaliando as forças que passam pela prótese, disse David Boone, executivo-chefe de tecnologia da Orthocare, e recursos eletrônicos para converter a informação para a forma digital e armazenar as medições.
O módulo de diagnóstico, acoplado à placa na prótese durante as consultas, contém um laser que projeta uma linha no chão conforme o paciente anda, e um giroscópio que mede a rotação do membro, disse Boone. Cada módulo pode ser usado com múltiplos pacientes.


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