São Paulo, segunda-feira, 04 de outubro de 2010

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Aeroportos conseguem ótimo mel das abelhas e boas notas de ar

Biodetetives não notam algumas formas de poluição, dizem os críticos

Por TANYA MOHN
Os aeroportos da Alemanha encontraram uma maneira incomum de monitorar a qualidade do ar. O Aeroporto Internacional de Düsseldorf e sete outros estão usando abelhas como "biodetetives", pois seu mel é regularmente testado para verificar o nível de toxinas.
"A qualidade do ar no aeroporto e seus arredores está excelente", disse Peter Nengelken, representante do aeroporto junto à comunidade. O primeiro lote de mel colhido este ano de cerca de 200 mil abelhas foi testado no início de junho, disse, e indicou toxinas muito abaixo dos limites oficiais.
Os apicultores de um clube na vizinhança cuidam das abelhas. O mel, chamado de "Düsseldorf Natural", é distribuído como presente.
As abelhas poderiam ser sentinelas modernas, como os canários já foram nas minas de carvão?
Avaliar a saúde ambiental usando abelhas como "bioindicadores terrestres" é uma iniciativa bastante nova, disse Jamie Ellis, professor assistente de entomologia no Laboratório de Pesquisa e Extensão de Mel de Abelhas da Universidade da Flórida em Gainesville (EUA).
Não é de surpreender que Nancy Young, vice-presidente de assuntos ambientais da Associação de Transporte Aéreo da América, um grupo setorial de companhias aéreas, defendeu a qualidade do ar nos aeroportos.
"Os aeroportos não fazem contribuições significativas" para a poluição aérea local, disse, acrescentando que as emissões da aviação representam "menos de 1% do total no país e geralmente apenas alguns pontos percentuais em qualquer área metropolitana que tenha um grande aeroporto". Ela disse que os Estados Unidos melhoraram a qualidade do ar em seus aeroportos por meio de critérios mais rígidos.
No plano internacional, houve melhoras semelhantes, disse Steven Lott, porta-voz da Associação Internacional de Transporte Aéreo. Desde a década de 1960, as emissões de monóxido de carbono, hidrocarbonetos não queimados, fumaça e óxido nitroso foram substancialmente reduzidas, disse.
Mas alguns não estão convencidos de que a qualidade do ar nos aeroportos tenha melhorado. "Está muito pior do que as pessoas pensam", disse Debi Wagner, da Citizens Aviation Watch dos EUA.
Estudos recentes também levantam perguntas sobre a qualidade do ar nos pequenos aeroportos. A maioria dos grandes fica distante de comunidades residenciais.
"Houve questões de partículas ultrafinas e chumbo", disse Philip Fine, um gerente de medições atmosféricas no sul da Califórnia.
Pesquisas sugerem que as partículas ultrafinas podem representar um sério risco, porque elas atravessam facilmente as paredes das células. Essas partículas vêm principalmente dos aviões a jato.
Emanuel Fleuti, diretor de serviços ambientais do Aeroporto de Zurique, na Suíça, disse que também há preocupações na Europa. Enquanto isso, ele se declara confiante sobre o trabalho de biomonitoria com abelhas nos aeroportos da Alemanha.
"Se você examina o mel, é excelente", disse Fleuti.


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