São Paulo, segunda-feira, 07 de dezembro de 2009

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Cresce risco de incêndio de eletrônicos em aviões

Mais gadgets são sinônimo de mais perigo no ar

Por CHRISTINE NEGRONI

Incêndios em baterias de dispositivos eletrônicos podem ser assustadores. Mas, se uma bateria pega fogo num avião, os riscos são muito maiores.
Como há cada vez mais gente viajando com dispositivos eletrônicos portáteis, os incêndios em aviões se tornam mais frequentes. Mais de metade dos 22 incêndios de baterias em cabines de aviões de passageiros desde 1999 ocorreu nos últimos três anos. Um especialista em segurança aérea sugeriu que esses dispositivos podem ser "o último risco de incêndio sem restrições" com os quais as pessoas ainda podem embarcar.
Em outubro, a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) e a Administração de Segurança de Dutos e Materiais Perigosos divulgou às companhias aéreas diretrizes especiais sobre mais um equipamento: os leitores de cartões de crédito usados para a venda de alimentos, bebidas e outros itens a bordo.
Embora as companhias usem esses leitores há anos, a FAA disse que era necessário uma aprovação da divisão de materiais perigosos da agência. Como a maioria dos dispositivos eletrônicos portáteis, os leitores usam baterias recarregáveis de lítio, que o governo considera perigosas.
"As empresas aéreas vieram pedir autorização para terem leitores de cartão de crédito nos aviões e queriam baterias de lítio sobressalentes para que pudessem trocar as cargas", disse Christopher Bonanti, diretor do departamento de materiais perigosos da FAA. "Fiquei preocupado que houvesse baterias de lítio sobressalentes, e pedi [às empresas] que não fizessem isso."
Algumas companhias concordaram com um treinamento especial para o manuseio das baterias e foram autorizadas a levar as sobressalentes, disse Bonanti. Mas outras empresas, como Delta e JetBlue, acharam que era mais seguro não levar as baterias adicionais.
"Elas não são carregadas a bordo das aeronaves, e as baterias não são removidas desses dispositivos enquanto estiverem a bordo", disse por e-mail Bryan Baldwin, assessor de imprensa da JetBlue.
No mês passado, um tocador de DVD portátil caiu em um voo da American Airlines, causando um incêndio. Em março de 2008, uma lanterna explodiu "como tiros" no compartimento de bagagem de um Boeing 757 da United Airlines. Num voo para Miami no mesmo mês, oito pessoas sofreram as consequências do choque de uma pequena bateria contra a estrutura metálica de uma poltrona. A explosão subsequente gerou destroços que queimaram a orelha e o cabelo de um passageiro, e a fumaça fez com que sete tripulantes passassem mal.
Em 2004, uma câmera explodiu em um avião usado pelo pré-candidato à Presidência dos EUA, John Edwards. Uma poltrona pegou fogo, obrigando a um retorno emergencial ao aeroporto. As autoridades dizem que muitos outros casos não são notificados.
"Se você tem um problema no ar, não há muito que se possa fazer para se recuperar dele", disse Gerald McNerney, vice-presidente da Motorola, que fornece dispositivos portáteis para as companhias aéreas. "Você coloca sua marca em risco se um dos seus dispositivos tem um problema de bateria. O que fizemos foi procurar criar 'backups', duplicidade no desenvolvimento, para que não haja uma explosão."
As baterias também estão ficando mais poderosas, então até as menores têm potencial para gerar muito calor. "O setor de baterias está tentando espremer mais suco dessas baterias para [que tenham] vida mais longa", disse Joe Delcambre, porta-voz da agência de materiais perigosos. "Bateria menor, mais vida, com um terminal que pode superaquecer o produto -é um risco."


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