Tecnologia dará à tela de LED a ilusão de profundidade

Por ANNE EISENBERG
Os "smartphones" estão ficando mais inteligentes. Hoje alguns novos modelos oferecem até jogos ou programas de TV em três dimensões -e você não precisa de óculos especiais para assistir. A tecnologia 3D tradicional usada nas telas de cinema e televisão sobrepõe ou alterna duas visões, usando filtros ou obturadores nos óculos para selecionar uma visão para cada olho. Isso cria uma ilusão de profundidade.
Mas uma nova geração de dispositivos, muitos deles do tamanho da mão e hoje em protótipo, dispensam os óculos incômodos. Em vez disso, usam tecnologias ópticas e outras embutidas na tela para dirigir uma visão diretamente para o olho esquerdo e outra para o direito.
Os efeitos 3D sem óculos são mais fáceis de produzir em uma tela pequena e portátil do que em uma grande e estática, disse Paul Semenza, vice-presidente sênior da firma de pesquisas DisplaySearch, da Califórnia. Isso porque o espectador pode facilmente ajustar com a mão o ângulo e a posição da tela para obter a maior vantagem da visão em 3D.
"Você pode se colocar no melhor ponto", ele disse. "Essa adaptação fácil e intuitiva que os usuários podem fazer é um dos motivos pelos quais essa tecnologia provavelmente terá sucesso no espaço portátil." Os equipamentos oferecem maior dramaticidade em transmissões esportivas. As bolas de futebol ou de beisebol "parecem saltar da tela como se estivessem vindo na sua direção", diz Chris Chinnock, presidente da Insight Media, firma de pesquisas em Norwalk, Connecticut.
A Samsung Electronics lançou seu telefone 3D W960 em maio na Coreia do Sul, e os clientes já o utilizam para assistir a programas de TV e videoclipes, disse Eunju Hwang, porta-voz da empresa em Seul. O preço dele no varejo é aproximadamente US$ 150.
Outras empresas também anunciaram telas em 3D sem óculos para dispositivos portáteis, disse Semenza. Em uma recente feira do setor de videogames em Los Angeles, a Nintendo demonstrou um equipamento de jogo portátil em 3D que não exige óculos especiais. A Nokia apresentou um celular 3D, ele disse, e a Hitachi está vendendo um telefone 3D no Japão.
O mercado de 3D sem óculos especiais, ou "autoestereocópicos", ainda é pequeno, disse Semenza, mas vai crescer rapidamente conforme a tecnologia for incorporada a laptops, notebooks, câmeras digitais, câmeras de vídeo, molduras de fotos digitais e consoles de jogos.
Muitas companhias estão competindo para participar dessa onda 3D. Por exemplo, a 3M, em St. Paul, Minnesota, desenvolveu um filme óptico acoplado a bancos de LEDs montados nos lados esquerdo e direito da tela, disse Erik Jostes, diretor da divisão de sistemas ópticos da empresa. A luz dos LEDs brilha através do filme para projetar imagens no olho esquerdo e, depois, no direito.
A Microsoft criou um protótipo de tela autoestereoscópica com a qual os espectadores não precisam fazer um ajuste manual para encontrar o melhor ponto de visão.
Em vez disso, uma lente incomum acoplada a câmeras no visor localiza onde o espectador está, então envia colunas estreitas e separadas de vídeo para cada olho, disse Steven Bathiche, diretor de pesquisas do grupo de ciências aplicadas da Microsoft.
A luz dos LEDs é enviada através de uma fina lente em forma de cunha criada por Adrian Travis, um membro do grupo.
"Os LEDs são programados para enviar a luz na direção em que as câmeras que seguem a cabeça dizem que você está", disse Bathiche. No futuro, segundo ele, a tecnologia de direcionamento da luz poderá ser usada em televisores, laptops e telefones celulares 3D.
Pesquisadores da Microsoft estão trabalhando em uma versão com quatro feixes de luz, para que duas pessoas possam assistir a programas 3D na mesma TV. Elas poderão até assistir a programas diferentes, segundo ele, pois a tela dirige um canal para um espectador e outro para o segundo.


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