São Paulo, segunda-feira, 09 de agosto de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ondas de rádio alimentam equipamentos

Por ANNE EISENBERG
Matt Reynolds, professor-assistente do Departamento de Engenharia Elétrica e da Computação da Universidade Duke, na Carolina do Norte, está desenvolvendo um capacete com um microprocessador e um alarme sonoro que avisa quando o usuário está perto de equipamentos perigosos numa construção.
Até aí nada de mais, não fosse pelo fato de que o alarme e o microprocessador funcionam sem bateria. São tão econômicos que podem capturar nas ondas de rádio do ar toda a energia que necessitam.
Essas ondas vêm dos transmissores sem fio instalados em máquinas pesadas para monitorar sua localização. O microprocessador avalia a força e a direção do sinal de rádio para determinar se o usuário do capacete está perto demais de escavadeiras ou outros equipamentos.
Reynolds projetou o capacete, chamado SmartHat, em parceria com Jochen Teizer, professor-assistente da escola de engenharia civil e ambiental do instituto Georgia Tech.
Como eles, várias outras pessoas vêm desenvolvendo dispositivos e sistemas que, por consumirem pouquíssima energia, podem se alimentar das ondas de rádio do ambiente, reduzindo ou até eliminando a necessidade de baterias.
Até recentemente, esse recurso era praticamente inexplorado, porque as ondas se diluem rapidamente ao se espalharem, disse Joshua Smith, do centro de pesquisas da Intel em Seattle e professor-afiliado da Universidade de Washington.
"Isso está mudando", explicou Smith, que explora o uso da radiação eletromagnética. "A tecnologia do silício avançou até o ponto em que mesmo pequenas quantidades de energia podem fazer um trabalho útil."
A Powercast, de Pittsburgh (Pensilvânia), vende transmissores e receptores que usam ondas de rádio dos ambientes para alimentar sensores e outros dispositivos sem fio. Os sensores monitoram a temperatura dos cômodos em sistemas automatizados que controlam a calefação e o ar condicionado em edifícios de escritórios, afirmou Harry Ostaffe, diretor de marketing e desenvolvimento de negócios.
A empresa, disse ele, recentemente lançou um receptor para carregar sensores sem fio e sem bateria e demonstrou o equipamento em módulos que monitoram temperatura, luminosidade e umidade.
Dois tipos de grupos de pesquisas têm ampliado os limites dos dispositivos sem fio de baixa energia, disse Brian Otis, professor-assistente de engenharia elétrica da Universidade de Washington.
Alguns pesquisadores estão trabalhando para reduzir a energia exigida por esses equipamentos; outros, aprendendo como capturar a energia do ambiente.
"Um dia", afirmou Otis, "esses dois campos vão se encontrar. E, então, teremos equipamentos que podem funcionar indefinidamente".
Otis, que projeta e instala circuitos integrados para sensoriamento sem fio, está no primeiro grupo.
Smith, da Intel, é um dos "coletores", aproveitando a energia hoje desperdiçada do rádio.
Muitos equipamentos eletrônicos são limitados por baterias que acabam ou não sobrevivem a temperaturas extremas, disse Reynolds. Mas, acrescentou, "estamos na cúspide de uma explosão nos pequenos dispositivos sem fio", capazes de funcionar como alternativa às baterias.


Texto Anterior: Novos "smartphones" em 3D dispensam óculos
Próximo Texto: Para leitores digitais, futuro é flexível em design e conteúdo

Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.