|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LENTE
Consumidores assumem o controle
Críticos e criativos, os consumidores estão famintos e começam a se erguer
contra o status quo testado e comprovado.
Longe dos restaurantes elegantes, os gourmands têm se reunido fora do radar.
Estão aprendendo a matar um javali de 70 quilos em uma escola de cozinha
guerrilheira, ou desfrutando refeições ambiciosas em restaurantes não
licenciados em apartamentos de cidades como Nova York e Londres.
"Não é a corrente dominante -e é assim que os organizadores querem", escreveu
Melena Ryzik, do "New York Times".
Nesses restaurantes underground, os participantes não pretendem se tornar chefs.
Estão nisso pela convivência e a liberdade criativa, escreveu Ryzik.
Esses dois ideais também motivaram o Polyvore, um site de moda gerado pelos
usuários. Assim como um restaurante classificado no guia Michelin pode ser
considerado parte da corrente dominante, o mesmo vale para revistas como "Vogue"
e "InStyle". Mas, no Polyvore, as usuárias podem brincar de editora de moda e
criar colagens com imagens de roupas e acessórios da web. Se as leitoras clicam
em uma blusa, são levadas ao site que a vende na web. A Polyvore triplicou seu
tráfego no ano passado, enquanto outros sites de revistas de moda vêm lutando
para manter seu público.
"Existe esse lado da realização e da diversão, e nenhum site até agora fez um
bom trabalho para aproveitá-lo", disse Peter Fenton, sócio da Benchmark Capital,
que investiu US$ 2,5 milhões na Polyvore.
As pessoas querem ser capazes de influir mais. E é o que está acontecendo em
Hollywood. O sistema padrão de classificação de filmes da Associação
Cinematográfica dos EUA (MPAA na sigla em inglês) está sendo atacado via web, o
que levou os veteranos de Hollywood a temer uma queda de público e de lucros,
segundo o "Times". Hoje, o sistema compete com alternativas de classificação na
internet, como SceneSmoking.org, que monitora o uso de tabaco nos filmes, e
Movieguide.org, que classifica os filmes a partir de uma perspectiva cristã.
"Há uma construção de massa crítica contra a MPAA na web que, esperamos,
resultará em grandes mudanças em suas práticas de classificação", disse ao
"Times" Susan Linn, diretora do grupo de ação civil Campanha para uma Infância
Livre de Comerciais.
Talvez você não queira pagar para ver esse filme, de qualquer modo. E não
precisa, porque pode obter ingressos por escambo. As publicações na seção de
trocas do site Craigslist aumentaram, e o site de trocas U-Exchange.com teve um
influxo de participantes de Espanha, África do Sul, Reino Unido e EUA, relatou o
"Times".
O usuário Rich Rowley, dono da R House Construction, em Washington, ofereceu-se
para reformar e fazer consertos residenciais em troca de tratamento dentário e
de um barco. "Precisamos aprender a nos adaptar à mudança de paisagem", ele
disse ao "Times". "Uma parte disso é o escambo. O lado excitante é que é mais um
pedaço do quebra-cabeça que nos leva aonde estamos indo."
E esse lugar pode ser simplesmente do fundo do poço para cima.
Envie comentários para nytweekly@nytimes.com
Texto Anterior: Dúvidas sobre Obama Próximo Texto: TENDÊNCIAS MUNDIAIS Pacifismo alemão enfrenta dura realidade no Afeganistão Índice
|