São Paulo, segunda-feira, 10 de maio de 2010

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Empresas nascentes podem ser mais rápidas e enxutas

Por STEVE LOHR
Eric Ries e Steven Blank acham que existe um jeito melhor de criar uma empresa, com uma menor exigência de tempo e dinheiro para testar novas ideias e encontrar clientes pagantes. Eles são os principais defensores da "start-up enxuta" -uma nova abordagem para a criação de empresas, que há cerca de um ano chama a atenção de empreendedores e investidores do Vale do Silício.
O conceito vem ganhando seguidores também além do vale. "Se funcionar, irá reduzir os índices de falências para empreendimentos de risco e incentivar a inovação", diz Thomas Eisenmann, professor da Escola de Administração de Harvard.
O termo "start-up enxuta" foi cunhado por Ries, 31, engenheiro, empreendedor e blogueiro. Sua inspiração, diz ele, foi a chamada "produção enxuta", adotada décadas atrás nas fábricas japonesas, focando a eliminação de qualquer trabalho ou investimento que não gere valor para o cliente. "Isso é produção enxuta para as start-ups", explica Blank, 56.
A tecnologia move a start-up enxuta. Programação de fonte aberta e softwares distribuídos facilmente pela internet reduzem o custo do desenvolvimento de novos produtos e serviços. Atuar pela web permite mensurar e monitorar constantemente o comportamento do consumidor, além de receber suas sugestões. As empresas da internet têm aproveitado o fato de que entrar em operação hoje em dia exige gastos de apenas centenas de milhares de dólares, e não mais de milhões, como há alguns anos. Mas a fórmula da start-up enxuta agrega práticas gerenciais sob medida para a internet.
O conceito vale tanto para o desenvolvimento de produtos quanto de mercados e enfatiza o foco constante no cliente, desde o início. É claro que os métodos com frequência aperfeiçoam o trabalho de outros. No desenvolvimento de produtos, por exemplo, Ries é um entusiasta dos chamados métodos ágeis de programação, que enfatizam desenvolvimento rápido, equipes pequenas e melhorias constantes. Mas acrescenta: "A prática ágil tem de ser adaptada, alterando de certo modo o foco da geração de coisas para aprender o que os clientes querem".
"A maioria das start-ups tecnológicas fracassa não porque a tecnologia não funciona, mas porque elas estão fazendo algo para o que não há um mercado real."
Então o manual das enxutas aconselha o desenvolvimento rápido de um "produto minimamente viável", com o menor conjunto possível de características para agradar algum grupo de consumidores.
A partir daí, a empresa deve experimentar continuamente, mexendo na sua oferta, vendo como o mercado reage e mudando o produto de acordo com isso. O Facebook cresceu assim, começando como um simples serviço de mensagens e agregando outras características.
A meta, diz Blank, é acelerar o ritmo do aprendizado. "Uma start-up é uma organização temporária, destinada a descobrir um modelo de negócios lucrativo e capaz de ser reproduzido em escala."


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