São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 2011

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Microsoft abre janela para a criatividade na empresa

Uma mudança de regra recompensa engenheiros

Por ANNE EISENBERG

Para garantir um rápido suprimento de pequenos aplicativos (apps) capazes de tornar competitiva sua plataforma Windows Phone, a Microsoft deu um passo incomum. A companhia relaxou uma regra estrita e permitiu que os funcionários trabalhem para si mesmos em seu tempo livre, criando apps.
Os empregados mantêm a propriedade intelectual resultante e a maior parte da renda.
Telefones baseados no Windows 7 foram dados a todos os funcionários de 19 países onde os telefones estão disponíveis, incluindo Austrália, Canadá, França, Alemanha, Itália, México, Cingapura, Espanha e Reino Unido.
A mudança de regra na Microsoft é novidade em uma empresa que, como muitas outras, tradicionalmente quis que seus engenheiros dessem tudo de si no emprego, analisou Michael A. Cusumano, professor de administração e sistemas de engenharia no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Cambridge. "Geralmente, temos regras de trabalho estritas", disse Brandon Watson, diretor de experiência do desenvolvedor para Windows Phone 7. "Mas mudamos as regras para que os desenvolvedores possam fazer isso em seu tempo livre, tendo o benefício financeiro e o resultado do trabalho."
A empresa oferece uma divisão padrão nas vendas de apps: 70% para os desenvolvedores e 30% para a Microsoft.
Mais de 3 mil funcionários se inscreveram para apresentar apps, e cerca de 840 foram publicados até agora.
Sriram Krishnan, um gerente de programa que trabalha na plataforma de computação em nuvem da companhia, recém-casado com Aarthi Ramamurthy, uma gerente de programa da equipe Xbox, apresentaram o Bubblegum [chicle de bola], um aplicativo que imediatamente retoca fotos com cores e destaques.
As novas regras da Microsoft se encaixam em um pensamento mais amplo de como as grandes companhias administram a pesquisa, disse Josh Lerner, professor de investimentos bancários na Escola de Economia de Harvard, em Cambridge.
"A Microsoft não apenas está compensando as pessoas pelo que elas fazem no tempo livre", ele disse, mas também "utilizando essa energia para os fins da empresa" para avançar no mercado de celulares.
"É sintomático de uma transformação maior", ele disse, enquanto as firmas liberam mais atividade empreendedora.
O professor Cusumano concorda que a mudança de regras encoraja a atividade empresarial. "Empresas como a Microsoft precisam se reinventar periodicamente", ele disse.
A mudança de regra oferece opção para que os funcionários que não desejam sair para a insegurança de uma empresa novata recebam reconhecimento por suas ideias, analisou Daniel H. Pink, autor de "Drive: The Surprising Truth About What Motivates Us" [Iniciativa: A verdade surpreendente sobre o que nos motiva].
"Essa é outra maneira de dizer: 'Trabalhe aqui e você poderá ter o melhor dos dois mundos', como funcionário de uma companhia estabelecida e também como empresário", ele disse.


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