São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

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CHRISTIAN BALE

Depois dos vermes, novos desafios

Por DENNIS LIM
BEVERLY HILLS, Califórnia - Christian Bale não gosta de falar de si e sobre a "profissão extremamente tola" de ator. Mas está suportando toda essa atenção em nome de seu novo filme, "O Vencedor".
Dirigido por David Russell (de "Três Reis"), o filme é um projeto acalentado durante muito tempo por Mark Wahlberg, que foi o produtor, e por astros como Micky Ward, ex-campeão de boxe e herói da cidade proletária de Lowell, em Massachusetts. Mas o papel mais atraente é o de Bale, que interpreta Dicky Eklund, o desmotivado treinador e meio-irmão de Micky, cuja carreira como pugilista desandou devido ao uso de drogas.
Dicky é de certa forma uma novidade na carreira do galês Bale, 36, que encarnou uma série de papéis transtornados e introspectivos em filmes como "O Grande Truque", "Os Indomáveis" e "Inimigos Públicos". E em "Batman Begins" e "O Cavaleiro das Trevas", de Christopher Nolan "os dois preparam uma terceira parceria", Bale interpretava um super-herói estoico.
"Uma das grandes coisas de Christian é sua refrescante falta de ego", disse Nolan. "Ele entende como pode ser útil para a narrativa."
Para se transformar no esguio e calejado Dicky, Bale se submeteu a mais uma proeza física, como já havia feito para o pálido lunático de "Psicopata Americano" ou o emaciado insone de "O Operário", para o qual perdeu 27 kg.
"O Operário" continua sendo o mais vívido exemplo do mergulho de Bale nos seus personagens, pois ali ele encontrou "um grau de compromisso do qual descobri gostar muito". Perder um terço do seu peso pode parecer o que há de mais repulsivo em termos de masoquismo para um ator, mas Bale fala disso quase como um rito de purificação. "Eu sentia uma verdadeira falta de frescor no trabalho, e aquilo me rejuvenesceu."
Russell se encantou com a dedicação de Bale para permanecer no papel durante a filmagem de "O Vencedor". "Não sei o que eu faço", disse Bale. "Se outras pessoas veem isso como permanecer no personagem, acredito." (No ano passado, vazou um vídeo de dez minutos em que ele se descontrolava no set de "O Exterminador do Futuro " A Salvação", mantendo o sotaque americano que usava no filme.)
"Faço isso meio lentamente", disse sobre seu método de atuação, "como um sapo que você joga na água fria e lentamente eleva a temperatura, de modo que ele nunca saiba que está sendo fervido vivo".
Bale surgiu aos 13 anos, em "Império do Sol", de Steven Spielberg. Batman o pôs num novo patamar e lhe trouxe novos desafios. Ao rodar "O Sobrevivente", de Werner Herzog, nas selvas da Tailândia, ele comeu vermes e lutou com cobras. O que, para um ator, é ótimo. "Não posso controlar o resultado final, então vejo o processo como uma oportunidade incrível para ter experiências e ser testado".
A visão de Bale sobre a privacidade artística está relacionada à sua fé em que um ator anônimo tem mais credibilidade para mudar de forma. "Gosto da ideia de que os filmes tenham um elemento mágico", afirmou. "Quantas vezes você já viu um ator em um filme que você conhece apenas como o personagem? É maravilhoso, não é?"
Ele preserva sua vida pessoal "Bale e a mulher, Sibi Blazic, têm uma filha de 5 anos" e, exceto pela explosão em "O Exterminador" e de acusações (depois retiradas) de agressões verbais contra a mãe e a irmã em 2008, não recebe muita atenção dos tabloides.
"Um astro de cinema é alguém para quem as pessoas olham e dizem: ‘Quero ser como essa pessoa’", disse. "Existe a responsabilidade do desejo. Não é algo que eu esteja interessado em tentar. Eu fracassaria miseravelmente nisso, então por que me preocupar?" christian bale SECONDARY

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