São Paulo, segunda-feira, 17 de outubro de 2011

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Investidores atraídos pelo Oriente Médio


Incubadoras para apoiar novas empresas árabes

Por SARA HAMDAN

Apesar de existirem empresas de capital de risco no Oriente Médio há mais de uma década, elas costumavam ser filiais de empresas privadas. Geralmente, elas forneciam grandes volumes de capital para companhias que já geravam receita. Jovens empresários com ideias promissoras tinham poucas opções para financiar seus projetos.
Mas, uma rede de investidores anjos, incubadoras e empresas de capital de risco está se desenvolvendo para apoiar empresas novatas na região.
A Oasis500, que começou no ano passado, quer investir US$ 30 milhões em 500 companhias no Oriente Médio até 2014. A SeedStartup, uma incubadora baseada em Dubai, iniciou um fundo, e a Seeqnce do Líbano planeja um para 2012. PlugandPlay e Tahrir2, iniciativas que começaram este ano no Egito, estão oferecendo financiamento e orientação profissional para empresários.
"É mais fácil conseguir financiamento para um posto de gasolina do que para começar o próximo Facebook ou Twitter no Oriente Médio", disse Shervin Pishevar, diretor da Menlo Ventures, na Califórnia, que trabalha com a Oasis500 como mentor. "Mas, isso está lentamente mudando."
O esforço tem tanto a ver com orientação profissional quanto com dinheiro. A Oasis500 oferece um acampamento de seis dias para empresários, com aulas intensivas de finanças corporativas, contabilidade e marketing. A organização também dá cursos sobre modelos empresariais e levantamento de fundos.
Essas organizações conectam os empresários a investidores anjos que fornecem capital para empresa iniciantes. Samih Toukan vendeu o site de e-mail em árabe Maktoob.com para a Yahoo por US$ 175 milhões em 2009. Ele está trabalhando com a Oasis500 avaliando propostas de investimento e poderá investir seu dinheiro em novatas.
"Quando comecei na Maktoob em 2000, não havia verdadeiras empresas de capital de risco ou investidores dispostos a financiar empresas em fase inicial, especialmente empresas de internet que não davam retorno por anos", disse Toukan, presidente do grupo de internet Jabbar. "A mentalidade ainda é nova em nossa parte do mundo."
Mais de 25 empresários foram escolhidos para a primeira incubadora da SeedStartup. Ela vai disponibilizar US$ 25 mil a dez empresários em troca de uma participação de 10% em suas empresas. As que tiverem melhor desempenho terão a oportunidade de concorrer a um investimento de US$ 250 mil depois do programa de três meses.
Assim como todas as indústrias nascentes, a cena de capital de risco no Oriente Médio ainda enfrenta obstáculos legais e burocráticos. Em Dubai, os custos de abertura de novas empresas são altos e um cheque devolvido pode acabar em prisão.
Os investidores, porém, dizem que está havendo uma mudança cultural. Depois das revoluções de 2011, Fadi Ghandour, fundador da empresa de logística Aramex, disse que o governo está dando mais atenção à criação de empregos. E as novas empresas poderão ter um papel crucial nisso. "Os jovens estão exigindo mais empregos e, ao mesmo tempo, os governos não podem continuar sendo os principais empregadores", disse. "Vimos como a juventude reagiu comuma renovada atuação on-line. O novo espírito empresarial é a verdadeira Primavera Árabe".



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