São Paulo, segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Posse pode ajudar turismo no Quênia

Por JONATHAN VATNER

A eleição de Barack Obama sinalizou mais que um marco na política americana. Também reverberou na África, onde a sofrida indústria do turismo do Quênia espera que a Obamamania resulte em um ressurgimento dos visitantes na terra ancestral do novo presidente dos Estados Unidos.
E não poderia haver melhor ocasião para essa onda de turistas, já que a eleição presidencial do Quênia, em dezembro de 2007, foi acompanhada de um surto de violência, incluindo matanças generalizadas que praticamente interromperam o turismo no país. Além disso, o Departamento de Estado americano continua advertindo os potenciais viajantes sobre os riscos de violência de criminosos e de terroristas no Quênia.
Agora, o governo queniano prevê que Kogelo, a pequena aldeia agrícola perto do lago Vitória onde viveu o pai de Obama e onde ainda mora sua avó adotiva, Mama Sarah, atraia americanos que desejem conhecer as origens de seu novo presidente e buscar um portal para o oeste do país.
Preparando-se para tanto, o governo está literalmente abrindo caminho para os visitantes chegarem. A estrada para Kogelo já está pronta, o aeroporto na vizinha Kisumu está sendo expandido e um museu que conta a história do legado de Obama, em construção, deverá abrir no final deste ano.
Uma delegação do Ministério do Turismo do Quênia viajou para Kogelo depois da vitória de Obama para ver se a infraestrutura local poderia suportar um hotel, e o ministro do Turismo vai participar da posse do presidente americano amanhã, para promover os negócios. A Delta Airlines vai inaugurar quatro voos semanais de Atlanta para Nairóbi em junho.
Esperando um surto de viajantes -talvez incluindo alguns dos milhares que leram o livro "A Origem dos Meus Sonhos", a memória de Obama publicada em 1995, em que Kogelo tem um papel importante-, várias agências estão criando itinerários ao redor da aldeia.
Mutua Kivuitu, diretor no Quênia da Intrepid Travel's, sabia que era a hora certa para planejar uma excursão quando visitou a casa de Mama Sarah e folheou o livro de visitantes. "Você pode ver que muitos visitantes do mundo inteiro vieram ver a casa", ele disse. Kivuitu acredita que muitos itinerários vão começar em Kogelo e seguir para o oeste, abrindo regiões do Quênia até então intocadas pelo turismo.
Mas algumas agências questionam se uma pequena aldeia será suficiente para atrair um bom número de visitantes. A Fairmont Hotels & Resorts, sediada em Toronto, administra três propriedades no Quênia, nenhuma especialmente próxima a Kogelo.
"Não há muitas atrações nesse destino", disse Sean Billing, diretor administrativo do Fairmont na África Oriental. "Ver a casa de Mama Sarah não vai ser o tipo de atração que levará pessoas para lá. As despesas ligadas a isso seriam muito superiores ao valor."
Mas as agências ainda esperam que a eleição de Obama e a publicidade em torno da cidade natal de seu pai traga de volta os turistas que desapareceram desde a violência no início do ano passado. Kivuitu continua otimista sobre o apelo do passado de Obama. "Ainda não sentimos isso, mas acreditamos que virá", ele disse.


Texto Anterior: Vem do Havaí o estilo zen do presidente eleito
Próximo Texto: Todos querem jantar com Obama
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.