São Paulo, segunda-feira, 20 de abril de 2009

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Pensando em tingir seu cabelo? Vá a um quiosque

Por ANNE EISENBERG

Os vendedores ainda abordam os clientes com a frase “Posso ajudar?” na maioria das lojas de departamentos, mas alguns consumidores podem em breve preferir o atendimento de um quiosque informatizado.
Os novos quiosques não são daquele tipo chato, que há tempos fornecem cartões de embarque e passagens ferroviárias. Em vez disso, eles têm linhas suaves e grandes telas sensíveis ao toque —além de softwares capazes de reconhecer os clientes, saber o que eles já compraram antes, sugerir promoções e até permitir uma prova virtual de roupas, de tinturas de cabelo e de cosméticos.
Muitos desses quiosques servirão como caixas automatizados, mas oferecerão uma informação muito mais personalizada do que os atuais. Outros, como nas seções de cosméticos, permitirão que as clientes montem o visual que desejarem.
A Intel já construiu três protótipos de quiosques que podem ter espaço nas futuras lojas de departamentos dos EUA. Ao se aproximarem, os clientes não verão balcões com leitor de códigos de barra, caixa registradora e máquina de cartão de crédito —e não necessariamente verão um vendedor.
Eles encontrarão uma tela alta, na altura dos olhos, e outra tela incrustada no balcão. Ao passarem um cartão —talvez semelhante ao usado atualmente em muitas farmácias e supermercados—, o quiosque reconhece e cumprimenta o cliente.
Em seguida apresenta as últimas promoções, inclusive de produtos que possam combinar com aquilo que o cliente já esteja comprando. Passando a etiqueta de um blazer diante da tela, a máquina pode, por exemplo, recomendar vários estilos de calças e camisas condizentes, junto com os preços e possíveis descontos.
Os quiosques podem dar detalhes aos clientes —como especificações dos produtos ou comentários de outros consumidores— comparáveis ao que se acha pela internet, disse Joe Jensen, gerente-geral da divisão de computação agregada da Intel em Chandler, no Arizona (EUA). “Os protótipos são um veículo para mostrar a direção em que vemos que os varejistas precisam se mover”, disse ele, num momento em que as lojas físicas perdem espaço para os sites na web.
Jeff Roster, vice-presidente da empresa de pesquisa de mercado Gartner, disse que os quiosques de autosserviço acabarão se tornando onipresentes no varejo. “Nossos estudos demonstram que os que os compradores querem é informação sem amolação”, disse ele —informação que os quiosques podem fornecer se os varejistas tiverem os softwares adequados.
O sistema da Intel, modular e adaptável, foi criado pela Frog Design, de San Francisco. Nele, pode-se pagar com dinheiro ou cartão. No futuro, será possível pagar também ao agitar um celular, que é reconhecido e tarifado pelo computador, disse Mark Rolston, executivo-chefe de criação da empresa.
Um novo aplicativo, o quiosque Virtual Mirror, foi criado pela IBM e pela EZface para que os consumidores experimentem virtualmente novos cosméticos e tinturas de cabelo. O quiosque tem uma câmera que captura a imagem do comprador, e um scanner para registrar o produto desejado.
A Microsoft também está desenvolvendo quiosques, disse Tim Gruver, diretor de tecnologia e estratégia da Microsoft para serviços e distribuição mundial. Os clientes estão construindo protótipos, inclusive um com um telão de 2,60 metros que funcionará com o futuro Windows 7. Os usuários poderão manipular imagens na tela —para ampliar um display de produtos eletrônicos ou roupas, por exemplo— do mesmo modo que hoje se faz com imagens no iPhone, disse Gruver. “Esses quiosques não serão chatos. Gostamos de pensar neles como um tipo diferente de experiência com autosserviço.”


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