São Paulo, segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Hologramas fornecem imagem móvel em 3D

Nova tecnologia dá um passo na direção de "Guerra nas Estrelas"

Por ANNE EISENBERG
Quando o famoso holograma da Princesa Leia diz "Ajude-me, Obi-Wan Kenobi", no filme "Guerra nas Estrelas", é ficção-científica. Hoje, podemos ver verdadeiros hologramas em movimento que são filmados em um lugar e projetados em outro.
"O holograma tem mais ou menos o tamanho e a resolução da Princesa Leia no filme", disse Nasser Peyghambarian, cientista óptico da Universidade do Arizona e líder de uma equipe que recentemente demonstrou essa tecnologia.
Os hologramas não são tão velozes quanto os de Hollywood. A tela muda apenas a cada dois segundos. Mas esses hologramas estão acontecendo e quase em tempo real: um sujeito é filmado em uma sala, o dado é enviado via rede interna para outra sala, raios laser entram em ação e pronto: uma telepresença holográfica aparece e se movimenta.
A pesquisa inovadora em holografia está acontecendo em laboratórios e empresas, segundo Lisa Dhar, diretora de tecnologia da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign.
Talvez precisemos esperar uma década para assistir a filmes holográficos em casa. Mas, mesmo antes que a tecnologia se torne prática para o entretenimento, ela promete aplicações em publicidade, atividades militares, arquitetura e engenharia.
A Zebra Imaging em Austin, Texas, vende impressões holográficas que à primeira vista parecem pedaços de plástico comum com cerca de um metro de comprimento e a metade de largura -até que uma lanterna de LEDs é dirigida para eles. Então, os padrões queimados no plástico com raios laser de alta potência ganham vida, disse Al Wargo, o executivo-chefe. Da superfície brota o modelo de um edifício complexo.
Não há necessidade de equipamento de visão especial para ver as impressões holográficas, que geralmente custam de US$ 1 mil a US$ 3 mil. O principal cliente da Zebra é o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, para quem a empresa fornece imagens holográficas, por exemplo, de campos de batalha no Iraque e no Afeganistão.
A FMC Technologies em Houston vende hologramas que são substitutos práticos quando a empresa quer demonstrar suas 22 toneladas de equipamentos em feiras do setor.
As impressões holográficas também são úteis para arquitetos e engenheiros. Elas ajudam na modelagem em computador em 3D para projetos de construção e são uma alternativa barata para as maquetes de madeira ou polietileno, geralmente frágeis, diz Jared Smith, vice-presidente sênior da Parsons Brinckerhoff, firma de engenharia, planejamento e arquitetura de Seattle.
Na Universidade do Arizona, o doutor Peyghambarian criou suas imagens usando 16 câmeras. Um software transformou as imagens em pixels holográficos que raios laser gravaram em um novo plástico que pode ser apagado e reescrito.
Keren Bergman, professora de engenharia elétrica na Universidade Columbia, está trabalhando em formas de enviar hologramas do Arizona a Nova York pela internet.
Um dia, ela poderá chamar as pessoas ao seu laboratório por telepresença holográfica, assim como Alexander Graham Bell certa vez chamou Thomas Watson ("Venha cá!") com um telefonema histórico.


Texto Anterior: A matemática desafiava os egípcios
Próximo Texto: Arte em Nova York
Artistas exploram estação de metrô abandonada

Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.