São Paulo, segunda-feira, 26 de julho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fórmula deve facilitar sessão de malhação feminina

Por TARA PARKER-POPE

Pesquisadores da Northwestern Medicine, de Chicago, anunciaram recentemente uma nova fórmula para calcular a frequência cardíaca máxima -medida utilizada comumente por atletas para monitorar seu progresso- nas mulheres.
Em um estudo conduzido com quase 5.500 mulheres saudáveis, os cientistas descobriram que a fórmula empregada há décadas para calcular a frequência cardíaca é bastante imprecisa no caso das mulheres, resultando em um número alto demais.
A notícia pode representar um alívio para muitas mulheres que se esforçam para alcançar as metas elevadas de frequência cardíaca apontadas por personal trainers e apresentadas nos displays de esteiras ergométricas.
"Não há mal nenhum em alcançar uma frequência cardíaca mais alta com exercício, e, se você conseguir mantê-la, ótimo", disse a cardiologista Martha Gulati, professora-assistente de medicina preventiva na Northwestern, que comandou o estudo. "Mas é possível que algumas mulheres estejam se cansando e tendo que parar porque não conseguem manter sua frequência cardíaca no nível mais alto."
A fórmula comumente empregada consiste em subtrair a idade da pessoa do número 220. Mas, com base nos dados do estudo, a fórmula correta para calcular a frequência cardíaca máxima de mulheres é um pouco mais complicada: 206 menos 88% da idade da mulher.
A descoberta é importante porque muitas pessoas se baseiam na fórmula antiga e monitoram sua frequência cardíaca de maneira obsessiva, contando seu pulso. A meta comum é permanecer em entre 65% a 85% da frequência máxima estimada, dependendo de a atleta estar buscando aumentar sua capacidade aeróbica ou sua resistência.
Mas o novo estudo mostra que, no caso das mulheres, o número obtido com a fórmula padrão está longe de ser correto. Usando a fórmula antiga de 220 menos sua idade, uma mulher de 40 anos chegaria a uma frequência cardíaca máxima de 180 batidas por minuto. Isso significa que, durante sua sessão de exercícios, seu pulso deve permanecer em cerca de 153 batidas por minuto, para alcançar uma meta de frequência de 85%.
Com base no novo cálculo, a frequência cardíaca máxima da mesma mulher é de 171 batidas por minuto, o que significa que sua frequência desejada é de apenas 145 batidas por minuto, oito batidas menos que sob a fórmula antiga. Embora a mudança pareça pequena, ela pode diferenciar uma sessão de exercícios estimulante de outra frustrante e que termina em exaustão.
Tim Church, pesquisador de exercícios físicos e diretor de medicina preventiva no Centro Pennington de Pesquisas Biomédicas, em Baton Rouge, Louisiana, diz que, com a exceção de atletas de elite, monitorar a frequência cardíaca não é muito útil, nem para homens nem para mulheres, e pode desviar sua atenção da busca de um programa de exercícios que dê prazer à pessoa e que ela continuará a seguir.
"Cada pessoa tem seu ritmo natural próprio", diz Church. "Se você gosta de se exigir um pouco mais, faça isso. Se prefere esforçar-se um pouco menos, mas por mais tempo, então faça isso. Descubra o que funciona bem para você."


Texto Anterior: As conchas, no seu variado esplendor
Próximo Texto: Tailândia descobre seu passado pré-histórico
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.