São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

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Óculos inteligentes para geração plugada

Por ANNE EISENBERG

Um novo equipamento pode entrar para a lista de smartphones, iPads e tocadores de música que você precisa carregar durante a noite: óculos eletrônicos, que ligam e desligam o grau de leitura conforme você precisar.
Quem chega aos 40 costuma precisar de óculos para hipermetropia, e muitos optam pelas lentes bifocais ou progressivas.
Mas esse tipo de óculos tem um senão: as lentes que ampliam as letras pequenas também borram os objetos que estão além do alcance do braço, quando o usuário olha para baixo. Isso distorce a visão na hora de descer uma escada ou dar uma tacada na bolinha de golfe, por exemplo.
Os óculos eletrônicos, chamados emPower, se dispõem a resolver esse problema pelo uso, na parte de baixo das lentes, de cristais líquidos, parentes daqueles que vemos em telas de TV. Os cristais mudam a refração das lentes (a forma como elas "torcem" a luz), assim como a variação de espessura do vidro faz nas lentes tradicionais.
Para acionar o grau adequado à leitura, o usuário toca na lateral da armação. Tocando novamente, o efeito é desativado. Então, para dar a tacada, ligue; para ver o placar, desligue.
As lentes, fabricadas pela PixelOptics, da Virgínia, começarão a ser vendidas neste ano nos Estados Unidos, segundo o optometrista Ronald Blum, presidente da empresa. O preço -US$ 1.000 a US$ 1.200- inclui lentes, armação, estojo e carregador.
A bateria do emPower dura de dois a três dias, diz Larry Rodriguez, executivo da PixelOptics. Se os óculos caírem na água, não há problema -"Basta enxugar e ele está bem", diz, mas talvez seja preciso recarregar a bateria.
Embora esteja cheio de circuitos eletrônicos, o emPower "parece um óculos comum de boa qualidade", segundo Jack Loeb, de Fisher Island (Flórida), que está testando um par.
Inicialmente, serão oferecidos 36 modelos de armação da marca Aspex Eyewear. As lentes eletrônicas são fabricadas pela Panasonic Healthcare Company no Japão. Se o consumidor quiser optar pelo emPower em vez de óculos com lentes progressivas das melhores marcas, terá de pagar bem mais. Mesmo os mais sofisticados óculos com lentes progressivas costumam custar de US$ 300 a US$ 400.
Larry Thibos, professor de optometria da Universidade de Indiana, Bloomington, avaliou protótipos dos óculos para Blum há uma década. "Eles já funcionavam bem, mas pareciam coisa de 'geek'", afirmou, referindo-se às primeiras versões.
Foram 12 anos e cerca de 275 patentes até os óculos -em versão mais estilosa- chegarem ao mercado, segundo Blum. O trabalho com as novas lentes começou com o cristal líquido em computadores, e não em óculos.
Em 1999, Blum e sua equipe desenvolviam formas de ajudar os idosos na leitura do conteúdo da tela do computador.
Originalmente, pretendiam colocar um "grau" diretamente nos monitores de cristal líquido, que, na época, eram mais espessos. Como os monitores foram ficando mais finos, isso deixou de ser prático. "Então tivemos de pegar aquilo que colocaríamos na tela de computador e colocar nas nossas lentes", disse Blum.


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