São Paulo, segunda-feira, 29 de novembro de 2010

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Levando uma vida verde, mas lutando com a culpa

Não é fácil adotar um modo de vida totalmente verde

Por JOYCE WADLER

Viver de uma maneira ambientalmente responsável pode ser difícil. Quando a pessoa está preocupada em fazer a coisa certa, pode ser difícil não sentir culpa.
Josh Dorfman, autor do livro "The Lazy Environmentalist: Your Guide to Easy, Stylish, Green Living" [o ambientalista preguiçoso: seu guia para uma vida fácil, elegante e verde], não pode ser acusado de não viver ecologicamente.
Ele mora em uma casa em Crested Butte, cuja escada é feita de madeira de celeiro reciclada. Seus móveis são feitos de madeira reaproveitada.
Mas ele e sua mulher, que são pais de uma criança de cinco meses, têm um grande defeito ambientalista: são viciados em fraldas descartáveis. "Tentamos as de pano e achamos totalmente irreais", disse Dorfman.
Eric Corey Freed, 40, é o fundador de uma firma de San Francisco chamada organicArchitect e autor de "Green Your Home All-in-One for Dummies" (torne a sua casa verde, um guia para desajeitados).
Freed sente culpa verde por seu próprio estilo de vida, que inclui um apartamento de 32,5 metros quadrados em San Francisco e uma casa de 186 metros quadrados no deserto em Palm Springs, Califórnia?
"Sem parar, a todo minuto", ele disse. "Tenho uma filhinha de dois anos e temos muita culpa em relação ao bebê, porque suas coisas vêm em uma embalagem terrível." Ele e sua mulher rejeitam as fraldas de pano.
Mas sua angústia ambiental vem do conhecimento de que cerca de 25% ou 30% da água potável de uma casa média vai para o vaso sanitário. Freed cortou o uso da água instalando chuveiros de baixo fluxo e quer comprar um novo sanitário que fabrica composto.
Assim, foi uma surpresa saber que sua casa em Palm Springs tem uma piscina. Mas ele mora em um deserto -se se preocupa com a água, por que tem uma piscina? "Era vizinha da minha sogra."
Para um compromisso ambiental sem preocupações, não se pode desprezar Vermont. É aqui que se encontra Peter King, que dirige a Vermont Tiny Houses, uma oficina de construção de casas de 22 metros quadrados, ou menos. King, 51, vive em um domo geodésico, planta boa parte de sua comida, se aquece com madeira. Quando perguntado sobre qual motivo se sente culpado, ele não hesita.
"Madeira compensada", diz. "É a cola que eles usam", explica. "Quando você compra uma chapa de compensado, está comprando práticas madeireiras potencialmente ruins: reflorestamento onde uma área inteira é derrubada."
Se King acredita em pequenas casas, por que não mora em uma delas? "Eu quero, mas tenho esse domo em volta do meu pescoço", disse.
Mike Flancman, canadense de 40 anos que vive na Tailândia, é um sujeito empreendedor. Ele inventou o Poo Poo Paper [literalmente "papel de cocô"], um "produto inodoro e 100% reciclado", feito exatamente do que o nome sugere.
"Temos papel Poo Poo de vaca, de cavalo, elefante, burro", disse Flancman. "Eles comem fibras e têm sistemas digestivos ineficientes". "Nós recolhemos o cocô, o lavamos e separamos as fibras."
Ele tem um filho de três anos e um bebê. Que tipo de fraldas utiliza?
Ele confessou que usa descartáveis. "Os bebês usam muitas fraldas. Eu preciso descobrir como fabricar fraldas de papel Poo Poo.
As fraldas parecem ser um desafio para todos.
"Sim", disse Flancman. "Se eu conseguisse fazer com que meus filhos comessem capim, teríamos a solução."


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