São Paulo, segunda-feira, 30 de agosto de 2010

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DESCOBERTAS

Muitos tipos de cães nascem de poucos genes

Os cães foram miscigenados para produzir uma enorme variedade de raças. Mas um novo estudo relata que as variações físicas entre as raças são determinadas por diferenças em apenas sete regiões genéticas.
Esses sete locais explicam aproximadamente 80% das diferenças de altura e peso entre as raças, disse Carlos Bustamante, geneticista da Universidade Stanford, na Califórnia, e autor do estudo. As descobertas são resultado da maior genotipificação de cães feita até hoje, envolvendo mais de mil animais e 80 raças.
"Estamos tentando identificar os genes que podem ser importantes para reger as diferenças entre diversos cães", disse Bustamante. O projeto foi conduzido por pesquisadores das Universidades Stanford e Cornell, em Nova York, e pelo Instituto de Pesquisa do Genoma Humano dos EUA.
A melhor compreensão dos genomas caninos pode lançar luz sobre como os genes participam dos processos patológicos, disse Elaine Ostrander, geneticista do instituto e outra autora do trabalho. Segundo uma hipótese, o osteossarcoma, uma espécie de câncer ósseo, é comum em raças que têm pernas longas, ela disse.
"Agora temos esse léxico muito mais profundo sobre a real importância dos genes", agregou.
As descobertas devem ajudar os pesquisadores a compreender o papel da genética nas doenças humanas. "Os cães ainda são os melhores amigos do homem", ela disse. "Só que agora de uma maneira diferente."
SINDYA N. BHANOO

Como obter mais bolhas na champanhe

A champanhe pode ser símbolo da vida elegante, mas é melhor servida em uma taça inclinada -bem como uma bebida plebeia, a cerveja, aponta um novo estudo.
É porque as bolhas -ou dióxido de carbono dissolvido- da champanhe liberam seu aroma e provocam sensação de cócegas na boca, o que reforça a experiência de beber. Quanto maior a concentração de bolhas, melhor. A maneira mais adequada para manter as bolhas na bebida, como qualquer bebedor de cerveja sabe, é deixar o líquido cair delicadamente pela lateral de um copo inclinado.
Quando a champanhe é despejada em uma taça na posição vertical, perde o dobro da quantidade de bolhas, disse Gerard Liger-Belair, principal autor do estudo e físico da Universidade de Reims, no centro da região de Champanhe, na França.
"Existe mais turbulência e movimento no líquido quando se despeja verticalmente", disse Liger-Belair. "Quando se inclina o copo, o líquido o invade com menos força."
Os cientistas mediram as bolhas em taças de champanhe despejada da maneira tradicional e do modo como servimos cerveja, em três temperaturas. Descobriram que se perdem ainda menos bolhas quando a bebida é servida fria.
A ciência, porém, talvez não seja suficiente para modificar o estilo francês. "Para muitos franceses, seria provocativo servir dessa maneira", disse Liger-Belair. "A champanhe é um universo muito tradicional."
SINDYA N. BHANOO

Estudo desmente efeito calmante do cigarro

Os benefícios de parar de fumar são conhecidos. Mas, para fumantes, o efeito calmante de um cigarro pode ser razão suficiente para voltar a fumar.
Estudos constataram, entretanto, que fumar exerce o efeito oposto, causando a elevação dos níveis de estresse no longo prazo. O único estresse que o cigarro alivia é aquele que acompanha a abstinência entre um cigarro e outro.
Estudo da Escola de Medicina e Odontologia de Londres examinou 469 pessoas que tentaram abandonar o cigarro após sofrer problemas cardíacos. Elas apresentavam níveis semelhantes de estresse inicial e, em sua maioria, acreditavam que fumar as ajudava a enfrentar a tensão.
Um ano mais tarde, 41% delas continuavam abstinentes. Depois de fazer o controle de diversos fatores, os cientistas descobriram que os abstinentes apresentavam "uma redução significativamente maior no estresse percebido" -uma queda de aproximadamente 20% em comparação com as pessoas que tinham continuado a fumar, que manifestaram pouca mudança.
Acredita-se que as pessoas que continuaram a fumar enfrentavam desejos incômodos entre um cigarro e outro, várias vezes por dia, enquanto as abstinentes, após enfrentarem sintomas iniciais de abstinência, tinham se libertado em grau maior do desejo intenso por nicotina e, desse modo, eliminado uma fonte de estresse.
Outros estudos também constataram que fumantes sentem níveis mais altos de estresse entre cigarros e níveis gerais mais baixos depois que abandonam o cigarro.
ANAHAD O'CONNOR


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