São Paulo, segunda-feira, 30 de agosto de 2010

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Voluntários preservam faróis na era do GPS

Restauradores das luzes históricas se queixam dos custos

Por SUSAN SAULNY

ILHA DE ST. HELENA, Michigan - Fãs de história, conservacionistas, grupos de jovens e investidores estão aderindo ao que a Guarda Costeira dos EUA e os velhos marinheiros fizeram durante eras: cuidar dos faróis americanos.
Enquanto unidades de GPS e a automação dos instrumentos de navegação tornaram os faróis obsoletos, o governo dos EUA vem desmontando as estruturas e transferindo as propriedades para novos cuidadores, de preferência grupos sem fins lucrativos.
Quando as autoridades não encontram cuidadores adequados, as propriedades são leiloadas.
O truque é que os novos proprietários devem manter as propriedades segundo os padrões históricos. E, durante uma recessão, com doações e fundos cada vez mais difíceis de conseguir, os faróis enfrentam tempos difíceis, especialmente em Michigan, que tem cerca de 113 deles -mais que qualquer outro Estado americano.
"Digo isto: você não pode restaurar um farol vendendo bolos", disse Scott L. Hollman, 69, que ganhou a Estação Luminosa da Ilha do Granito, no lago Superior, em um leilão público por US$ 86 mil, cerca de dez anos atrás.
"Não consigo superar o fato de que eles construíram esta maldita coisa em um verão, e eu levei dois verões e meio para repará-la."
Os faróis têm até colecionadores. Michael L. Gabriel, 56, advogado da área da baía de San Francisco, na Califórnia, comprou dois faróis deteriorados em um leilão: um na baía de Chesapeake. por US$ 100 mil. e outro na baía de Delaware. por US$ 200 mil.
"A alternativa era não fazer nada e perdê-los a ponto de não poderem mais ser resgatados", disse.
Alguns dos novos mantenedores estão trabalhando duro só para conservar as luzes acesas. Ou, no caso da ilha de St. Helena, que não tem cabeamento elétrico, voluntários trabalham para manter as velas e lanternas acesas.
Abandonado em 1922, o farol de St. Helena custou US$ 1,3 milhão até agora. Além da torre, os voluntários restauraram os alojamentos do faroleiro e seu assistente, uma casa de barcos e um cais.
Os cuidadores em tempo integral, MaryAnn Moore e Pan Godchaux, não têm obrigações quanto à navegação além de apontar os cargueiros nos estreitos de Mackinac para seus hóspedes.
A Guarda Costeira mantém o acesso à luz, que ainda pulsa à noite, operada por energia solar e sensores automáticos.
Cerca de 50 faróis foram desativados nos últimos dez anos. Muitos dos que se situam em áreas críticas têm feixes de luz em funcionamento porque a eletrônica dos barcos às vezes falha.
"Precisamos encontrar uma forma de fazer coisas como esta funcionarem em tempos modernos", disse Terry Pepper, diretor-executivo da Associação de Mantenedores de Faróis dos Grandes Lagos. "Ainda precisamos delas."
Mas Pepper também se referia a uma necessidade emocional. Jennifer Radcliff, presidente do Fundo de Faróis de Michigan, disse: "As pessoas precisam saber onde é seu lugar, e os faróis expressam uma sensação de lugar".


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