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Transporte desgovernado

Pela 15ª vez neste ano, a malha de trens metropolitanos de São Paulo sofreu uma pane.

Agora, um problema no fornecimento de energia, segundo explicações oficiais, interrompeu o funcionamento da linha 7-rubi, que liga o bairro da Luz, no centro paulistano, ao município de Jundiaí, 58 km a noroeste da capital.

Passageiros revoltaram-se com a paralisação, e alguns, meia hora após o defeito, promoveram atos de vandalismo numa das estações.

As sucessivas falhas na rede da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) são causadas por fatores em geral associados à defasagem entre a expansão do sistema e a melhoria da infraestrutura. Nos últimos anos, a inauguração de novas linhas de metrô e a parcial modernização dos serviços ferroviários acarretaram um rápido acréscimo de usuários.

O número de passageiros transportados por metrô e trens aumentou em 1,2 milhão em 2011. Foi de 5,9 milhões para 7,1 milhões.

O ritmo de incremento, contudo, tem sido mais veloz do que a modernização da malha. Embora não seja o único aspecto a apresentar problemas, o sistema elétrico está defasado. Novas subestações, que aumentarão em 40% a potência instalada, só deverão estar concluídas em 2014 -em algumas linhas, as deficiências talvez sejam sanadas até o ano que vem.

A elevação no número de passageiros, que o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, compara a um tsunami, é fruto da demanda reprimida por transporte de qualidade na Grande São Paulo. E não bastam, para atendê-la, os investimentos previstos em trens e metrô.

É indispensável avançar em outras frentes, como os corredores de ônibus, que precisam ser ampliados e aperfeiçoados. Muitos passaram a usar as novas linhas sobre trilhos porque os trens, mesmo abarrotados, em tese cumprem horários. Já os ônibus são menos previsíveis, pois dependem das condições do trânsito.

Além de investir em corredores, é importante facilitar as conexões com outros meios, com a construção de estacionamentos e ciclovias.

O planejamento e a operação do transporte público na Grande São Paulo exige uma visão integrada. É preciso criar uma autoridade metropolitana que coordene as ações, de modo a tornar o sistema mais racional e eficaz.

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