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Um dia de pânico
NO ATUAL ciclo de expansão
da economia mundial,
iniciado no fim de 2002, a
exuberância contaminou vários
mercados. O otimismo foi abalado na terça, quando a queda da
Bolsa chinesa arrastou outras
mundo afora. Seguiu-se uma
reação em cadeia, gerada por
vendas maciças de ações.
Como tem sido assinalado, essa reação aconteceu por causa de
rumores de que o governo chinês
adotaria medidas para conter o
ímpeto especulativo do mercado
acionário.
Somou-se a isso uma declaração do ex-presidente do banco
central americano Alan Greenspan, interpretada como sinal de
recuo: "Quando nos distanciamos tanto de uma recessão, invariavelmente algumas forças começam a se acumular para a próxima recessão e, de fato, estamos
começando a ver sinais." O alerta
foi reforçado pela queda de 7,8%
no indicador de pedidos de bens
duráveis às fábricas dos EUA.
É possível que a volatilidade
dos mercados financeiros permaneça elevada nos próximos
dias, até os investidores chegarem a um novo consenso sobre o
patamar de preço adequado. Ontem, entretanto, a reação exacerbada do dia anterior foi parcialmente revertida.
Na China, os investidores voltaram a perceber o país como
uma máquina de crescimento
apoiada no mercado de crédito, e
não no acionário. Nos EUA, o
Departamento do Trabalho divulgou que o PIB do país cresceu
3,3% em 2006 -inibindo especulações sobre um recuo abrupto- e as taxas de juros de longo
prazo caíram para 4,5% ao ano.
Diante disso, as Bolsas americanas voltaram a fechar no azul.
O pânico de terça mostrou, outra vez, que os investidores reagem em manada, seja na alta, seja
na baixa das ações. Resta aos países em desenvolvimento aumentar sua resistência às periódicas
ondas de choque.
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