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ACUMULAÇÃO DE RESERVAS
O Banco Central interrompeu o processo gradual de acumulação de reservas internacionais.
Após adquirir US$ 2,6 bilhões em janeiro, a última operação de compra
de moeda estrangeira foi realizada
no dia 4 de fevereiro, quando o banco
adquiriu US$ 7 milhões. As reservas
líqüidas (que excluem os aportes do
FMI) somavam US$ 21,2 bilhões no
final daquele mês.
A queda nas captações privadas foi
determinante para a decisão do BC,
que temia pressionar o dólar, com
repercussões nos preços domésticos. Assim, também a recomposição
das reservas ficou subordinada ao
compromisso da meta de inflação. A
taxa de câmbio tem permanecido relativamente estável, oscilando em
torno de R$ 2,90 e R$ 2,94, graças ao
desempenho extraordinário do saldo
comercial. Nesse contexto, se o fluxo
de capitais externos não aumentar,
poderá ser frustrada a expectativa de
que as reservas líqüidas superem
US$ 30 bilhões no final de 2004.
As crises financeiras dos mercados
emergentes no final da década passada deixaram como legado o malogro dos mercados financeiros internacionais em prover um fluxo de capital estável para os países em desenvolvimento. Isso levou alguns países
à tentativa de evitar o endividamento
de curto prazo a fim de escapar da
elevada volatilidade desses mercados
de capitais. Além disso, tentaram
manter taxas de câmbio competitivas, superávit em conta corrente e
elevado estoque de reservas cambiais. Em fevereiro, o México tinha
US$ 59 bilhões; a Rússia, US$ 80 bilhões; a Coréia do Sul, US$ 162 bilhões e a China, US$ 403 bilhões. Levando-se em conta as dívidas externas, elas equivalem a cerca de 10% do
total no caso brasileiro, contra 38%
no do México e 37% no do Chile.
Acumular reservas é fundamental
para o país enfrentar uma eventual
reversão dos fluxos de capitais e para
que possa, se o desejar, dispensar a
renovação do acordo com o FMI.
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