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LENTIDÃO NA OMC
Continuam difíceis as negociações internacionais em torno do comércio de bens agrícolas. A
reunião realizada nesta semana em
Montréal, Canadá, com vistas a preparar a cúpula ministerial do México,
em setembro, deixou a impressão de
que as contendas no âmbito da Organização Mundial do Comércio podem evoluir, mas dificilmente chegarão a um estágio mais conclusivo.
Já se vão 18 meses desde a Conferência Ministerial de Doha, no Qatar,
quando foi lançada uma ampla e ambiciosa agenda de discussão sobre as
diversas áreas do comércio mundial,
tendo como ponto mais sensível a
agricultura. Brasil e Argentina, expoentes do Mercosul, integram um
grupo de países produtores e exportadores que pressiona por melhores
condições de acesso aos mercados
europeu e norte-americano, criticando subsídios e mecanismos de proteção mantidos pelos dois gigantes da
economia global.
Sem que Estados Unidos e Europa
cheguem a um entendimento, a
agenda de Doha continuará travada
em seu aspecto essencial. Até o dia 11
deste mês, os dois interlocutores tentarão superar as intransigências mútuas com vistas a apresentar uma
proposta no México. Não são previstos grandes avanços, mas há esperanças de que as conversações ocorridas em Doha possam ser desbloqueadas com concessões moderadas
das duas partes.
Para o Mercosul, a boa notícia da
reunião de Montréal ficou por conta
da possibilidade de a União Européia
oferecer, em negociação paralela,
condições mais favoráveis para bens
agrícolas do bloco sul-americano.
Ainda que mero coadjuvante no comércio mundial, o Brasil tem avançado na produção agrícola e deve
continuar estabelecendo alianças para defender seus interesses tanto na
OMC quanto em negociações como
as que envolvem Mercosul e UE.
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