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São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2003

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LENTIDÃO NA OMC

Continuam difíceis as negociações internacionais em torno do comércio de bens agrícolas. A reunião realizada nesta semana em Montréal, Canadá, com vistas a preparar a cúpula ministerial do México, em setembro, deixou a impressão de que as contendas no âmbito da Organização Mundial do Comércio podem evoluir, mas dificilmente chegarão a um estágio mais conclusivo.
Já se vão 18 meses desde a Conferência Ministerial de Doha, no Qatar, quando foi lançada uma ampla e ambiciosa agenda de discussão sobre as diversas áreas do comércio mundial, tendo como ponto mais sensível a agricultura. Brasil e Argentina, expoentes do Mercosul, integram um grupo de países produtores e exportadores que pressiona por melhores condições de acesso aos mercados europeu e norte-americano, criticando subsídios e mecanismos de proteção mantidos pelos dois gigantes da economia global.
Sem que Estados Unidos e Europa cheguem a um entendimento, a agenda de Doha continuará travada em seu aspecto essencial. Até o dia 11 deste mês, os dois interlocutores tentarão superar as intransigências mútuas com vistas a apresentar uma proposta no México. Não são previstos grandes avanços, mas há esperanças de que as conversações ocorridas em Doha possam ser desbloqueadas com concessões moderadas das duas partes.
Para o Mercosul, a boa notícia da reunião de Montréal ficou por conta da possibilidade de a União Européia oferecer, em negociação paralela, condições mais favoráveis para bens agrícolas do bloco sul-americano.
Ainda que mero coadjuvante no comércio mundial, o Brasil tem avançado na produção agrícola e deve continuar estabelecendo alianças para defender seus interesses tanto na OMC quanto em negociações como as que envolvem Mercosul e UE.


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