São Paulo, segunda-feira, 01 de agosto de 2005 |
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IGOR GIELOW Agosto em Sin City
BRASÍLIA - Hoje começa agosto, o mês do desgosto no folclore político
nacional. Suicídio de Getúlio, renúncia de Jânio, morte de JK, impeachment de Collor, o cardápio é variado,
contendo por vezes protagonistas e
coadjuvantes que poderiam estar em
"Sin City", a interessante colagem de
violência e cultura pop de Frank Miller em cartaz nos cinemas.
Na "cidade do pecado" de Miller,
ninguém se salva. Os heróis são sórdidos e sádicos, e as mocinhas, capazes
de coisas indizíveis. Dos bandidos,
nem se fala: há de cardeal canibal a
político corrupto. Parece Brasília,
ainda que por aqui não haja notícia
de clérigos antropófagos.
Na Sin City candanga, agosto começa respeitando o mau agouro histórico. Primeiro, Simone Vasconcelos, a guardiã das autorizações de
Marcos Valério, vai depor. Quem ela
vai entregar, e com qual grau de detalhamento? O recém-famoso Bob
acabará chamado para falar sobre a,
digamos, bagagem de 20 anos de convívio com José Dirceu?
Amanhã, Dirceu contra outro Bob,
o Jefferson. Duelo digno de um bom
faroeste de John Ford ou mais próximo do nível dos embates de "Sin
City"? Uma coisa é certa: vai haver
sangue, e a extensão da hemorragia
poderá definir o papel reservado ao
presidente Lula no enredo.
Nas linhas paralelas da história, a
extração de papéis enlameados do
"buraco do tatu", um dos simpáticos
nomes da sala-cofre da CPI, segue
acelerada. E os coadjuvantes, temendo por seu destino na trama, resolveram abrir o bico. Primeiro, Genu do
PP. O próximo, Lamas do PL. Quem
mais se habilita?
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