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Editoriais
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O campo da oposição
Se a presidente eleita Dilma
Rousseff começará seu governo
num quadro de virtual ausência
de oposição no Congresso, as urnas concederam a seus adversários a gestão de Estados importantes, que abrigam cerca de metade
da população brasileira, como
São Paulo, Minas Gerais, Paraná,
Goiás, Pará e Santa Catarina.
Governadores no entanto, por
sua própria condição, tendem a
desempenhar papel discreto na
dinâmica oposicionista.
Na Câmara, o bloco governista
contará com pelo menos 372 dos
513 deputados, o que representa
uma ampliação da bancada (de
357 deputados) que apoia Lula.
A mudança mais significativa
verifica-se no Senado, que renovou 2/3 das 81 vagas. A bancada
governista passou de 39 para 58
senadores, contra uma redução
da oposição de 34 para 22 representantes. O PT praticamente dobrou sua participação, passando
de 8 para 15 senadores.
Ao levar a eleição para o segundo turno e eleger candidatos do
campo oposicionista para governar unidades federativas relevantes, o eleitorado não concedeu à
situação o que poderia ter sido
uma vitória acachapante.
Esvaziou-se assim o perigoso
triunfalismo que começara a se insinuar na campanha petista, levando à euforia o próprio presidente da República, em suas jornadas de cabo eleitoral.
Com a derrota de José Serra, voltam-se para o senador tucano Aécio Neves as expectativas de que
possa renovar a função de líder
oposicionista num contexto em
tudo favorável ao governismo.
Resta saber como o estilo ameno e
a vocação do ex-governador mineiro para os arranjos, mais salientes em sua personalidade do
que a inclinação para o confronto,
irão contribuir para uma oposição
que precisa recobrar o vigor.
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