São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2010

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Editoriais

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O campo da oposição

Se a presidente eleita Dilma Rousseff começará seu governo num quadro de virtual ausência de oposição no Congresso, as urnas concederam a seus adversários a gestão de Estados importantes, que abrigam cerca de metade da população brasileira, como São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Pará e Santa Catarina.
Governadores no entanto, por sua própria condição, tendem a desempenhar papel discreto na dinâmica oposicionista.
Na Câmara, o bloco governista contará com pelo menos 372 dos 513 deputados, o que representa uma ampliação da bancada (de 357 deputados) que apoia Lula.
A mudança mais significativa verifica-se no Senado, que renovou 2/3 das 81 vagas. A bancada governista passou de 39 para 58 senadores, contra uma redução da oposição de 34 para 22 representantes. O PT praticamente dobrou sua participação, passando de 8 para 15 senadores.
Ao levar a eleição para o segundo turno e eleger candidatos do campo oposicionista para governar unidades federativas relevantes, o eleitorado não concedeu à situação o que poderia ter sido uma vitória acachapante.
Esvaziou-se assim o perigoso triunfalismo que começara a se insinuar na campanha petista, levando à euforia o próprio presidente da República, em suas jornadas de cabo eleitoral.
Com a derrota de José Serra, voltam-se para o senador tucano Aécio Neves as expectativas de que possa renovar a função de líder oposicionista num contexto em tudo favorável ao governismo. Resta saber como o estilo ameno e a vocação do ex-governador mineiro para os arranjos, mais salientes em sua personalidade do que a inclinação para o confronto, irão contribuir para uma oposição que precisa recobrar o vigor.


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