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ATENÇÃO COM A SARS
A suspeita de um novo caso de
Sars (síndrome respiratória
aguda grave) na China é motivo para
inquietação. Embora não se tenha
notícia de surtos da doença desde julho passado, muitos epidemiologistas acreditam que ela deve voltar agora, com o início do inverno no hemisfério Norte. Como outras infecções respiratórias agudas, a Sars seria uma moléstia sazonal, com
maior frequência na estação fria.
Foram consideráveis os estragos
causados pela Sars em 2003. De acordo com a Organização Mundial da
Saúde, a moléstia atingiu 29 países,
infectando 8.422 pessoas, das quais
916 morreram. Os custos econômicos também foram extremamente
elevados. Áreas mais atingidas, como a China (incluindo Hong Kong e
Taiwan) e o Canadá, sofreram prejuízos que chegam facilmente à casa
dos bilhões de dólares.
A doença ao menos serviu para
mostrar que o mundo conta hoje
com um sistema de vigilância epidemiológica que seria impensável poucos anos atrás. Num intervalo de menos de cinco meses, uma nova doença foi identificada e seu agente causador isolado. Cientistas chegaram a
desenvolver protótipos de kits de
diagnóstico. Mais recentemente,
uma vacina contra a Sars foi testada
com sucesso em primatas.
Também é positivo o fato de que,
agora, a China parece disposta a trabalhar em estreita cooperação com a
OMS. Boa parte dos impactos mais
deletérios da temporada anterior pode ser creditada à tentativa das autoridades chinesas de, bem ao estilo de
governos autoritários, esconder a
epidemia. A manobra canhestra apenas fez com que a moléstia se disseminasse ainda mais.
Se a Sars de fato voltar a apresentar
surtos, espera-se que as autoridades
sanitárias ajam ainda mais rapidamente do que na estação anterior e
contenham logo a propagação da
moléstia. Medidas duras como quarentenas podem até ser necessárias,
mas, enquanto não houver uma vacina ou tratamento efetivos, a melhor
arma contra a Sars segue sendo a informação, que permite identificar e
isolar novos casos antes que a epidemia saia de controle.
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