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Editoriais
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Novos Estados
O CONGRESSO parece em vias
de autorizar a realização
de plebiscitos que podem
aprovar a criação de mais dois
Estados, Carajás e Tapajós, a serem desmembrados do território
do Pará. Os projetos passaram
no Senado e, desde o dia 14, tramitam em regime de urgência na
Câmara dos Deputados.
Se aprovados, podem estimular outras demandas separatistas. Há dois projetos prontos para serem votados no Congresso:
o do Maranhão do Sul e o da Gurgueia, no sul do Piauí.
O roteiro das propostas é conhecido. Políticos de regiões periféricas manipulam a insatisfação dos eleitores. A alegada indiferença de governadores pelas
demandas locais é usada para defender a criação dos Estados.
Por trás de tais mobilizações,
há também o óbvio interesse pelos milhares de cargos a serem
criados com o novo ente federativo. Boa parte de seus custos teria de ser bancada pela União.
Uma das novidades em debate
é o Estado do Rio Negro (hoje
parte do Amazonas), com 87 mil
habitantes. Municípios com tal
população só teriam direito a 17
vereadores. Careceriam mesmo
de três senadores, oito deputados federais e 24 estaduais?
O país já cometeu esse erro antes. A Constituição de 1988 permitiu a multiplicação desenfreada de municípios -foram criados mais de mil. Tantos se revelaram inviáveis que o próprio
Congresso foi obrigado a limitar
a instituição de novas municipalidades, em 1996.
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