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CRESCER SEM INFLAÇÃO
O anúncio da elevação da taxa
de crescimento da economia
norte-americana no segundo trimestre deste ano (5,2% contra 4,8% dos
primeiros três meses) é mais um capítulo da novela sobre a forma de desaceleração (suave ou não) que essa
economia deverá enfrentar.
Depois de mais de cem meses de
crescimento contínuo, tornou-se
quase consensual que a continuidade dessa trajetória de altas taxas de
crescimento nos EUA teria inevitavelmente impactos inflacionários,
que teriam de ser combatidos pelo
Fed com elevações nos juros, afetando toda a economia mundial.
Assim, melhor seria que o crescimento fosse reduzido paulatinamente com a finalidade de conter a
ameaça da inflação e a necessidade
de grande elevação dos juros nos
EUA. Porém, como acontece muitas
vezes em assuntos de economia, ainda não é possível fazer um prognóstico definitivo sobre o tema.
A presente aceleração do crescimento dos EUA tornou-se assim
muito preocupante. Mas a divulgação do "deflator de PIB" (que mede
aproximadamente a inflação) de
2,3% no segundo trimestre indicava
que a inflação desse período deveria
ser menor que a do primeiro (3,5%).
A explicação dada é que o crescimento não foi baseado no consumo
-esses gastos subiram apenas 3%
contra 7,6% do trimestre anterior.
Mas que teria sido fomentado por investimentos, que aumentam a produtividade e a capacidade produtiva
da economia norte-americana. Isto
é, estaria se elevando a capacidade de
a economia responder ao crescimento da demanda sem gerar inflação.
Isso não significa que seja possível
comemorar o afastamento de cenário internacional mais conturbado.
Mas serve para que países como o
Brasil se dêem conta de que há outros caminhos, que não apenas o da
restrição ao crescimento, para manter a inflação sob controle mesmo
quando os mercados se aquecem.
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