|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FERNANDO RODRIGUES
Lula é Bush pai ao contrário
BRASÍLIA - Lula repete George
Bush pai ao contrário. Em outubro
de 1992, qualquer pessoa medianamente bem informada sabia que os
Estados Unidos embicavam para
um crescimento robusto nos anos
seguintes. Mas o período anterior
tinha sido péssimo. Bush perdeu
para o democrata Bill Clinton, que
ficou com a fama (injusta) de ter arquitetado um dos mais fenomenais
períodos de crescimento daquele
país. O resto é história.
Agora, no Brasil, dá-se o oposto. É
cristalina a ineficácia do modelo
econômico medíocre adotado por
Lula -numa herança direta de
FHC. O PIB do segundo trimestre
cresceu só 0,5%. Só que essa derrapada ocorre num momento tardio
para ter efeito sobre o eleitorado.
Até porque o consumo das famílias
subiu 1,2% no mesmo período.
Nada indica grandes alterações
para o ano que vem. Mas, possivelmente, Lula já esteja reeleito, como
indicam as pesquisas. Qual é o problema? A falta de sofisticação intelectual e capacidade de formulação
dos que rodeiam o petista.
No Banco Central, Henrique
Meirelles passou 2005 inteiro sonhando ser governador de Goiás.
Recebia e visitava prefeitos. Concluiu ser mais fácil continuar com
suas platitudes inócuas no BC.
No Ministério da Fazenda, Lula
tem o homem mais conveniente
possível. O que acontecerá se Guido
Mantega for demitido? Nada.
Lula acertou ao aderir à ortodoxia econômica. Esse foi o único modelo testado com algum sucesso até
hoje em vários países. O problema é
a falta de iluminismo na Esplanada.
Alguém que elabore uma saída, sem
quebrar regras nem contratos, que
funcione como uma "URV do crescimento". A chance de esse milagre
ser operado com Lula tende a zero.
Idem com Alckmin.
Na dúvida, o eleitor se movimenta inercialmente e deixa tudo como
está.
frodriguesbsb@uol.com.br
Texto Anterior: São Paulo - Clóvis Rossi: O silêncio dos muros Próximo Texto: Rio de Janeiro - Luiz Fernando Vianna: Chico e Aldir Índice
|