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ELIANE CANTANHÊDE
As armas de cada um
SÃO PAULO - Lula é favorito à Presidência em 2006, e isso não muda com
a eleição municipal. O que muda é
que a oposição ganha ânimo, Geraldo Alckmin desponta como o principal adversário e o PT vai ter que rebolar. Até para segurar os aliados,
em especial o PMDB.
O cenário que 2004 projeta para
2006 é de dois blocos: PT, com PL, PC
do B e PTB, contra PSDB em aliança
com PFL e PDT. Os dois blocos vão
disputar PMDB, PPS, PSB e PP.
No bloco tucano, FHC terá 76 anos
em 2006 e não se arriscaria à derrota
para Lula, a quem bateu em 94 e 98.
Aécio Neves e Tasso Jereissati perderam suas capitais, Belo Horizonte e
Fortaleza, justamente para o adversário mais direto -o PT. A opção tucana, pois, afunila para Alckmin.
Mas tanto a sucessão paulista
quanto a presidencial passam pelo
prefeito que entra, José Serra, e pela
prefeita que sai, Marta Suplicy.
Serra só larga a prefeitura em um
ano e meio para disputar o governo
ou a Presidência se for louco. "De médico e de louco todo mundo tem um
pouco", e o "médico" Serra já foi ministro da Saúde. Mas o mais provável
é que prefira interferir a competir.
Quanto a Marta: Planalto quer
Aloizio Mercadante para o governo
paulista, mas ela também está no páreo. O partido perdeu, mas a prefeita
sai com imagem de guerreira, projeção nacional e sólido capital de votos.
O PT teve o maior número de votos,
ganhou seis capitais no primeiro turno e Fortaleza, Vitória e Porto Velho,
no segundo. Mas isso não compensa
ficar fora de São Paulo e das capitais
do Sul, inclusive de Porto Alegre.
Já o PSDB, segundo em número de
votos, não ganhou nenhuma capital
no primeiro turno, mas, no segundo,
levou São Paulo, Curitiba, Cuiabá,
Teresina e Florianópolis.
A trincheira do PT é o Planalto, a
do PSDB é São Paulo -governo e
prefeitura. Agora, é consolidar nomes e aliados. Guerra é guerra.
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