SÃO PAULO - Incompetente. Incompetente é você. É a essa briga de comadres que se resume hoje a política brasileira, um Fla-Flu entre PT e PSDB tão ou mais medíocre que o Fla-Flu original.
Dizem que em briga de comadres é que se falam as verdades. Não é difícil concordar que um e outro têm razão no bate-boca miúdo.
Sobre o desempenho econômico do governo Fernando Henrique Cardoso, nem é preciso recorrer a críticos não-tucanos. Basta ler análises dos dois Luiz Carlos (Mendonça de Barros e Bresser Pereira), ambos tucanos de alta plumagem, para chegar à conclusão de que não foi exatamente digno de Prêmio Nobel. Sobre o desempenho social, é só ler os indicadores do mais recente relatório da ONU sobre o Desenvolvimento Humano.
Sobre o governo Lula, também não é necessário recorrer a tucanos ou a outros adversários.
Só a lista de petistas e/ou amigos íntimos do presidente que trabalharam na área social e foram expelidos ou pularam fora já é a história acabada de um fracasso. Para não mencionar as análises de fundadores do PT, como o sociólogo Chico de Oliveira, ou de ilustres membros (ainda) do partido, como o senador Cristovam Buarque, para quem o governo Lula está à direita de FHC.
Em outros tempos, seria ofensa para excomunhão. Hoje, ninguém liga mais, pela simples e boa razão de que o PT faz o governo mais conservador desde, pelo menos, o restabelecimento da democracia em 1985.
É nesse nhenhenhém que vamos continuar até, no mínimo, 2006, porque, apesar de toda a fé e de toda a torcida do filósofo Roberto Mangabeira Unger, não está no horizonte o surgimento de qualquer alternativa menos mofina.
Parece Grêmio e Flamengo. Ambos tiveram grandes glórias. Um já caiu para a segunda divisão e o outro tudo o que pode comemorar agora é ter se afastado do rebaixamento, embora ainda corra riscos.
O pior é que, no jogo político, não dá nem para importar um Tevez.


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