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FERNANDO DE BARROS E SILVA
De nariz e república
SÃO PAULO - Na terça-feira, em
visita a uma multinacional de
pneus, Lula estava ao lado do mascote da empresa quando disse que o
trabalhador, depois de comprar seu
carrinho, deveria "de preferência
usar pneus Michelin, para que não
fique parado nas ruas deste país".
Na quarta-feira fomos privados
dos ensinamentos do nosso guia.
Mas na quinta ele voltou em dose
dupla. Logo pela manhã, saiu em
defesa do seu ministro do Trabalho:
"Lupi está mostrando o comportamento mais republicano que um
ministro tem mostrado".
E à noite, na própria quinta, foi a
vez do destempero no palanque:
"Seria bom se o Judiciário metesse
o nariz apenas nas coisas dele", vociferou, em resposta a objeções do
presidente do TSE, Marco Aurélio
Mello, de que o programa social
lançado pelo governo possa conflitar com restrições da lei eleitoral.
Lulices, luleimas, luladas. Já nos
acostumamos a esse festival de infâmias. Sabemos que o presidente
da República não está "mostrando
o comportamento mais republicano" quando atua como garoto-propaganda de uma empresa privada.
Mas, além disso, se quiser também
continuar como garoto-propaganda de Carlos Lupi, convém que enfie antes o nariz nos convênios que
seu governo vem firmando por aí.
O problema não se restringe ao
PDT. No caso deste -que tal Partido do Trocado?-, está claro a quem
quiser ver que uma máfia sindical
se apoderou dos repasses dos convênios. É o sindicalismo de resultados da Força Sindical se alimentando das benesses que lhe concede o
governo Lula em troca de apoio.
Brigaram tanto para descobrir, afinal, que eram todos pelegões.
Ocorre o mesmo com o PC do B
-ou Partido Comedor da Bordinha.
Os convênios do Ministério do Esporte têm presenteado uma penca
de bravos comunistas brasileiros.
Como no caso anterior, trata-se de
dinheiro público distribuído entre
cupinchas e apaniguados.
O Congresso enfiou o nariz na
CPI errada. Não é a dos Cartões, é a
das ONGs, excelências!
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