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VALDO CRUZ
Pós-Lula
BRASÍLIA - Aécio Neves diz que
não sai, mas a cúpula do PMDB não
desiste e vai insistir com o tucano
mineiro que as portas do partido estão abertas para ele. Um convite para ser o candidato peemedebista à
sucessão de Lula.
Se não surgir nenhum contratempo, por sinal, novo encontro entre Aécio e o PMDB pode acontecer
ainda hoje em São Paulo. Na terra
de José Serra.
Lula acompanha as investidas de
seus aliados sobre o tucano de perto. Ele mesmo já aconselhou Aécio
a migrar para o PMDB, convicto de
que Serra será o nome do PSDB em
2010, o único candidato viável a lhe
fazer oposição de fato. Portanto,
aquele a ser derrotado.
Em recente viagem a Minas, Lula
sugeriu uma estratégia a Aécio: renunciar ao mandato no fim de 2009
e se filiar ao PMDB, fugindo assim
de punições da Justiça Eleitoral.
Depois, sairia viajando pelo país para ficar conhecido nacionalmente.
Ou seja, Lula joga na divisão dos
votos do PSDB para tentar ganhar
do partido de FHC mais uma vez.
Ou, no máximo, derrotar um candidato tucano com outro tucano reconvertido ao PMDB.
Aécio sabe dos interesses do Planalto. Por enquanto, diz preferir insistir na candidatura pelo PSDB.
Mas, não por outro motivo, já avisou que, em sendo candidato, não
será o anti-Lula, mas o pós-Lula.
Faz parte de sua estratégia de
atrair aliados do presidente que não
seguirão com o PT em 2010, como o
PSB de Ciro Gomes, caminho que
Serra não consegue trilhar por encarnar o papel do anti-Lula.
O risco da disputa Serra/Aécio é
exatamente desaguar naquele ponto calculado e projetado pelo presidente Lula. O PSDB perder para ele
mesmo, por conta de suas divisões
internas.
A vantagem do tucanato é que,
desta vez, a estrela petista não estará na cédula. Ou seja, não haverá
um candidato de consenso do grupo governista. Sinal verde para divisões no primeiro turno. E traições
no segundo.
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