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VACINA VALIOSA
A gripe, ou influenza, ao contrário do que se pensa, é uma
doença que pode matar. E ela mata
muito. Altamente contagioso, o vírus
da influenza infecta anualmente de
10% a 20% da população mundial.
Destes, de 3 milhões a 5 milhões desenvolvem uma forma grave da
doença, que acaba provocando de
250 mil a 500 mil mortes anuais.
Idosos têm maiores chances de padecer de complicações. Mais do que
isso, estudos sugerem que a gripe está associada a um aumento da mortalidade por doenças cardíacas. Infecções em geral, por mecanismos
ainda não muito bem conhecidos,
teriam um papel importante no desenvolvimento de aterosclerose e de
acidentes vasculares cerebrais.
A vacinação contra a influenza adquire assim um caráter de importante ação de saúde pública. O já clássico trabalho de K.L. Nichol e colaboradores mostrou uma associação
consistente entre vacinação da população idosa e redução dos riscos de
hospitalização por doenças cardíacas, vasculares e pneumonias. O estudo, que foi conduzido nos EUA
com quase 300 mil pacientes nas epidemias gripais de 1998-99 e 1999-2000, verificou também uma redução no número de óbitos por todas
as causas entre os idosos vacinados,
durante as temporadas de gripe.
É mais do que justificável, portanto, o investimento de cerca de R$ 87
milhões do Ministério da Saúde na
Campanha de Vacinação de Idosos.
A meta é levar mais de 10,6 milhões
de brasileiros aos postos de vacinação nas duas semanas do programa,
que começa em 17 de abril.
No futuro, é preciso ampliar o programa para vacinar não apenas idosos, mas toda a população. A relação
custo-benefício tende a ser positiva,
pois os prejuízos provocados pela
gripe (faltas ao trabalho, internações
etc.) são elevadíssimos.
A vacinação deste ano é especialmente importante pois há indícios
de que circulará por aqui uma cepa
muito virulenta da gripe -a A/Fujian
H3N2-, que provocou um aumento
das mortes, sobretudo entre crianças, no hemisfério Norte.
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