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FERNANDO RODRIGUES
O PMDB grande
BRASÍLIA - A permanência de
Henrique Meirelles na presidência
do Banco Central eleva ao paroxismo a fase de grande fortalecimento
do PMDB. O partido esnobou e humilhou o banqueiro goiano rico. Vetou a sua pretensão de ser candidato a vice-presidente na chapa oficial
para o Planalto, encabeçada por
Dilma Rousseff, do PT.
Quanta diferença dos anos 80. Na
fase final da ditadura militar, o
PMDB engoliu de bom grado em
suas fileiras o ex-presidente do PDS
(ex-Arena) José Sarney para compor a chapa que disputou e ganhou
a última eleição indireta para o Planalto. Sarney é (sic) do PMDB até
hoje. É o epítome do inchaço da sigla ao longo do tempo. Essa elefantíase foi a causa do desmantelamento da agremiação.
Mas Lula salvou o PMDB. Num
determinado momento, a sigla chegou a ter sete ministros na Esplanada. Está unificada de maneira inédita. Entrará pela porta da frente no
condomínio lulista indicando o deputado Michel Temer como candidato a vice-presidente na chapa de
Dilma Rousseff.
Apesar de ainda haver muita divergência em nível regional, a cúpula peemedebista está fechada em
torno do projeto eleitoral federal.
Já traça também planos minuciosos para 2011, quando espera que
Michel Temer passe a morar no Palácio do Jaburu, residência oficial
do vice-presidente.
No Congresso, o PMDB sonha em
manter José Sarney no comando do
Senado e entregar a presidência da
Câmara para o deputado Henrique
Alves, hoje líder da legenda -e o
cargo de liderança seria então
preenchido pelo laborioso Eduardo
Cunha, peemedebista do Rio.
Tudo somado, se Dilma for mesmo eleita presidente, o PT receberá
um duro legado de Lula: um PMDB
mais forte do que nunca no Congresso e com um apetite para cargos
e verbas jamais visto.
fernando.rodrigues@grupofolha.com.br
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