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CHANCE À PAZ
Sob intensa pressão norte-americana, começam a se verificar avanços mais efetivos nas negociações de paz entre o governo de Israel e a Autoridade Nacional Palestina. De fato, a trégua anunciada por
organizações terroristas palestinas e
as sinalizações de que Israel dispõe-se a fazer concessões "dolorosas"
para encontrar o caminho do entendimento deram às conversações um
sopro de esperança. No seu terceiro
encontro, os premiês palestino,
Mahmoud Abbas, conhecido como
Abu Mazen, e israelense, Ariel Sharon, procuraram deixar transparecer
um clima mais amistoso.
Ainda que essa atmosfera amigável
não seja exatamente espontânea, o
fato é que algumas medidas animadoras estão sendo tomadas, como,
por exemplo, o acordo para a retirada de forças militares israelenses de
Gaza e de Belém. Também é auspiciosa a formação de comissões com
vistas a buscar entendimentos em
questões específicas, como a dos prisioneiros. Sharon afirmou no encontro que seu país poderia libertar presos palestinos que não estejam envolvidos em ataques com vítimas.
Os avanços ainda são tímidos diante da agenda que se tem pela frente.
Gestos mais decisivos, como o desarmamento das organizações terroristas e o fim dos assentamentos judaicos nos territórios palestinos, estão por se concretizar. O processo,
no entanto, vai adquirindo mais credibilidade e fortalecendo Abu Mazen, personagem escolhido por EUA
e Israel para substituir Iasser Arafat
nos entendimentos -numa decisão
pragmática, mas questionável. O caso Arafat é ele mesmo um entrave
nas conversações, já que os palestinos reivindicam o relaxamento da
prisão domiciliar a que o presidente
da ANP está submetido, na prática,
pelo governo de Israel.
Outro bom sinal a ser registrado é a
pesquisa, realizada na Cisjordânia e
na faixa de Gaza, que revela o apoio
de 80% dos palestinos a um cessar-fogo ilimitado contra israelenses para que o plano de paz possa ser implementado. A mensagem parece
clara: que se dê uma chance à paz.
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