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São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2003

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MENOS APOIO A BUSH

Enquanto seu parceiro Tony Blair foi à Guerra do Iraque sob forte resistência da opinião pública britânica, George W. Bush o fez amparado na anuência de cerca de três quartos dos norte-americanos.
Surgem agora os primeiros sinais de que tal apoio começa a perder força. Segundo pesquisa realizada pelo instituto Gallup para a rede de televisão CNN e para o jornal "USA Today", caiu de 73% para 56%, nos últimos 30 dias, o percentual dos que consideram ter valido a pena iniciar o conflito. Encolheu também, de 70% para 56%, a parcela dos que avaliam positivamente o desempenho dos EUA no Iraque pós-guerra.
A deterioração do quadro de entusiasmo se completa com o recuo significativo no percentual dos que acreditam na possibilidade de os EUA virem a capturar Saddam Hussein ou a encontrar as supostas armas de destruição em massa utilizadas como justificativa para o ataque.
Não se trata, ao menos por enquanto, de rejeição generalizada à política do governo Bush para o Iraque. O questionamento da porção menos conservadora da mídia e de grupos pacifistas à presença militar norte-americana no país ainda não se reflete no pensamento do grande público. De acordo com o levantamento, 69% defendem a permanência dos soldados a despeito das mortes recentes.
O clima, porém, começa a mudar. Até semanas atrás, os indícios de que EUA e Reino Unido manipularam informações de inteligência em sua exposição de motivos para ir à guerra causavam espanto apenas aos jornais britânicos, enquanto os diários norte-americanos pouco se interessavam pelo assunto.
Não mais. Cresce a cobrança interna. Por mais determinado e auto-suficiente que seja o governo Bush, certamente não se esquecerá de que 2004 é ano de eleição presidencial.


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