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MENOS APOIO A BUSH
Enquanto seu parceiro Tony
Blair foi à Guerra do Iraque sob
forte resistência da opinião pública
britânica, George W. Bush o fez amparado na anuência de cerca de três
quartos dos norte-americanos.
Surgem agora os primeiros sinais
de que tal apoio começa a perder força. Segundo pesquisa realizada pelo
instituto Gallup para a rede de televisão CNN e para o jornal "USA Today", caiu de 73% para 56%, nos últimos 30 dias, o percentual dos que
consideram ter valido a pena iniciar o
conflito. Encolheu também, de 70%
para 56%, a parcela dos que avaliam
positivamente o desempenho dos
EUA no Iraque pós-guerra.
A deterioração do quadro de entusiasmo se completa com o recuo significativo no percentual dos que
acreditam na possibilidade de os
EUA virem a capturar Saddam Hussein ou a encontrar as supostas armas de destruição em massa utilizadas como justificativa para o ataque.
Não se trata, ao menos por enquanto, de rejeição generalizada à
política do governo Bush para o Iraque. O questionamento da porção
menos conservadora da mídia e de
grupos pacifistas à presença militar
norte-americana no país ainda não
se reflete no pensamento do grande
público. De acordo com o levantamento, 69% defendem a permanência dos soldados a despeito das mortes recentes.
O clima, porém, começa a mudar.
Até semanas atrás, os indícios de que
EUA e Reino Unido manipularam informações de inteligência em sua exposição de motivos para ir à guerra
causavam espanto apenas aos jornais britânicos, enquanto os diários
norte-americanos pouco se interessavam pelo assunto.
Não mais. Cresce a cobrança interna. Por mais determinado e auto-suficiente que seja o governo Bush, certamente não se esquecerá de que
2004 é ano de eleição presidencial.
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