São Paulo, segunda-feira, 03 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Editoriais

editoriais@uol.com.br

Partida a frio

INFORMAÇÃO é um direito básico do consumidor. Num mundo acossado pela poluição do ar e pelo agravamento do efeito estufa, contudo, o comprador brasileiro ainda depende de testes por publicações especializadas para orientar-se sobre o consumo de combustível nos modelos de automóveis. Em abril de 2009, isso começará a mudar.
A partir dessa data chegarão às concessionárias os primeiros veículos com etiquetas indicativas do nível de consumo, semelhantes às que existem em aparelhos domésticos, como geladeiras e fogões. São rótulos de leitura simples, que indicam por letras e barras coloridas o grau de eficiência do produto no dispêndio de eletricidade (etiqueta Procel) ou de gás (etiqueta Conpet).
A iniciativa faz parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem, iniciado há mais de duas décadas. O processo envolve fixação de níveis mínimos de eficiência e um selo de aprovação para produtos mais econômicos.
Desde sua origem o programa opera com a metodologia de adesão voluntária das empresas, em geral por intermédio de convênios entre agremiações setoriais e órgãos de governo como o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). O procedimento se mostrou eficaz, como se depreende da generalização das etiquetas no comércio.
Com os automóveis ocorrerá o mesmo. Testes padronizados já foram estipulados pelo Inmetro. As montadoras que decidirem participar têm até março para apresentar as informações. Prevê-se que em três anos 100% dos veículos estarão etiquetados.
Cabe, no entanto, uma reflexão: se a inclinação de fabricantes é aderir à transparência, cedo ou tarde, é de se perguntar por que a etiquetagem não poderia ser obrigatória desde a partida. Decerto isso anteciparia os efeitos benéficos da medida.


Texto Anterior: Editoriais: Saudável competição
Próximo Texto: São Paulo - Fernando de Barros e Silva: Falcões do serrismo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.