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São Paulo, quarta-feira, 03 de dezembro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Juros
"Na Folha de sábado passado, tivemos o editorial "Lentidão nos "spreads", que forneceu os percentuais de queda dos "spreads" da taxa básica (Selic) e dos juros bancários para empresas e pessoas físicas. No mesmo dia, na página seguinte ("Tendências/Debates'), havia a pergunta: "As altas taxas de "spread" são responsabilidade dos bancos?". Um disse que não, porque "os juros caíram nos últimos meses e a taxa média cobrada pelos bancos caiu mais do que a taxa básica do governo" (Roberto Luis Troster). O outro (Luiz Fernando de Paula) disse que sim, que os bancos são os responsáveis, porque o movimento do "spread" para baixo "não tem acompanhado "pari passu" a diminuição recente na taxa básica de juros do país". Para tirar a dúvida, calculei os percentuais de queda -da Selic e dos juros dos bancos- com base nos percentuais dados pelo próprio editorial do jornal. Resultado: a Selic caíra 28,30%, e os juros bancários caíram apenas 16,87% para empresas e 17,08% para pessoas físicas. Conclusão, mentiu aquele que defendeu os bancos. Seria porque trabalha para a Febraban?"
Raul Reinaldo Morales Cassebe (Parapuã, SP)

Violência
"Arrepiante a carta da leitora Rita Tel- les ("Painel do Leitor", 1º/12). O Núcleo de Estudos da Violência da USP e suas pesquisas não vão parar os "Champinhas" da vida. O que irá pará-los é punição, e das duras. Sim, pois quem é "de menor" sabe que não pode ser punido como deveria. Quanto aos direitos humanos, eles só existem para defender os bandidos, pois as vítimas são ignoradas. Só quem perde um ente querido de forma brutal e impiedosa pode falar sobre dor, mais ninguém. Enquanto opiniões como a de Rita Telles imperarem, muitos Felipes e Lianas terão suas vidas ceifadas."
Armando M. Silva Júnior (São Paulo, SP)

Maioridade
"Em meio a tantas discussões sobre maioridade penal, educação, cultura, alternativas para a Febem, Estatuto da Criança e do Adolescente, não deixa de ser curiosa a informação publicada domingo na Folha (Cotidiano) sobre o que encontraram os "peregrinos" que cruzaram São Paulo a pé. No caminhada de 100 km, deram de cara com 227 botequins e 3 livrarias. Mais do que um paradoxo, isso é um reflexo do que é oferecido à maioria dos adolescentes de nosso país."
Paulo Rogério B. Rocco (Tambaú, SP)

Castigo
"Danuza Leão ("Um castigo justo", Cotidiano, 30/11) mostra-se extremamente preconceituosa, confundindo o público e o privado. Ter raiva e manifestar suas opiniões em casa ou no bar com amigos é diferente de publicá-las nos jornais. Ela se acha a "elite pensante", mas se parece com os "débeis mentais" americanos -como ela disse-, pois acha que violência se combate com violência, com guerra, com pena de morte ou com a extirpação de membros. Que tal se a raiva, a indignação e o espaço dos jornais fossem usados para fazer campanhas de controle de natalidade, de educação e de saúde para todos?"
Lygia Vampré Humberg, psicanalista (São Paulo, SP)

 

"Tem razão Danuza Leão quando propõe a castração de estupradores. O que mais me deixou horrorizada, no caso da menininha Liana não foi o homicídio em si, que já era hediondo, mas as barbaridades sexuais cometidas por essas bestas que se dizem humanas. Quando a menininha foi morta pelo "coitadinho" do Champinha, talvez ela já estivesse há muito tempo clamando pela morte. A voz de Danuza espelha tudo o que as mulheres e homens de bem devem pensar: se o estuprador não consegue conter seu instinto animalesco, a castração é o melhor caminho. À Danuza Leão deixo meus cumprimentos pela coragem."
Neli Aparecida de Faria (São Paulo, SP)

Livro
"Gostaria de retificar duas passagens do texto de Fernando Canzian ao livro "Lula and the Workers Party in Brazil", que escrevi com Sue Branford ("Livro promove presidente nos EUA", Brasil, 30/11). O livro não faz -e não poderia fazer- o balanço de um ano do governo Lula, pois o manuscrito da edição inglesa -a primeira- foi entregue em novembro de 2002, antes da posse de Lula. Essa edição, pela Latin América Bureau, foi lançada em março deste ano, quando o governo Lula mal estava começando. Fernando Canzian deveria estar se referindo a um trecho do final da introdução, escrito especialmente para a edição americana, que, de fato, analisa a composição do governo e seus primeiros atos. Nesse trecho, explico as opções por uma política macroeconômica ortodoxa diante do quadro de instabilidade monetária que herdamos e contextualizo a nova política externa. Mas mesmo essa atualização para a edição americana da New Press foi entregue em 2 de junho, e não é de forma nenhuma um balanço do primeiro ano de governo. Como há editores da Coréia do Sul e da Suécia interessados no livro, talvez possamos fazer esse balanço nessas edições. As datas que menciono mostram que o livro foi escrito basicamente no ano passado, antes de minha ida para o governo, onde meu cargo atual não é o que descreve Canzian, e sim o de assessor especial da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República (Secom).
Bernardo Kucinski, Secom (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Fernando Canzian - Embora boa parte do livro tenha sido escrita antes da posse de Lula, a edição norte-americana já apresenta Bernardo Kucinski como assessor de comunicação da Presidência. A resenha afirma que o livro "tenta fazer um balanço do primeiro ano da gestão Lula", já que lista as principais medidas de 2003, como o "choque de credibilidade" na área financeira, os cortes orçamentários e a "nova política externa" brasileira.

Prefeitura de São Paulo
"O vereador Odilon Guedes, do PT, nega, em carta publicada ontem ("Orçamento paulistano'), que tenha ocupado irregularmente três cargos públicos ao mesmo tempo -o que é crime. Ocupou, sim. Simultaneamente foi vereador, membro do Conselho Fiscal da Anhembi Turismo e do Conselho Fiscal da Companhia do Processamento de Dados do Município. Em 1996, quando usei essa informação em carta nesta seção -informação, aliás, publicada em reportagem de "O Estado de S.Paulo" em 24/8/1994-, Guedes também ameaçou processar-me. Mas antes cuidou de saber quais provas eu tinha (e tenho) do ilícito cometido por ele. Ao ser informado sobre quais provas eu possuo e que meu advogado, se o vereador me processasse, pediria ao juiz a "exceção da verdade", desistiu do processo. Diante disso, tudo o mais que Guedes escreveu ontem sobre a minha pessoa e a administração Paulo Maluf perde qualquer significado e importância."
Adilson Laranjeira, assessor de imprensa de Paulo Maluf (São Paulo, SP)

Ofertas
"Em meio a tantas discussões sobre maioridade penal, educação, cultura, alternativas para a Febem, Estatuto da Criança e do Adolescente, não deixa de ser curiosa a informação publicada domingo na Revista da Folha sobre o que encontraram os "peregrinos" que cruzaram São Paulo a pé. No caminhada de 100 km, deram de cara com 227 botequins e 3 livrarias. Mais do que um paradoxo, isso é um reflexo do que é oferecido à maioria dos adolescentes de nosso país."
Paulo Rogério B. Rocco (Tambaú, SP)

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